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EUA voltam a bloquear declaração conjunta do Conselho de Segurança sobre Israel e palestinos

18/05/2021 20h24

Nações Unidas, Estados Unidos, 18 Mai 2021 (AFP) - O Conselho de Segurança da ONU realizou sua quarta reunião de emergência sobre o conflito israelo-palestino em oito dias nesta terça-feira (18), sem emitir uma declaração conjunta, porque os Estados Unidos continuam a se opor, considerando que isso não ajudaria a reduzir a escalada da violência, segundo informaram diplomatas à AFP.

"Não acreditamos que uma declaração pública neste momento contribuirá para a desaceleração", disse a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, nesta sessão a portas fechadas, comentou um diplomata sob condição de anonimato.

Desde 10 de maio, os Estados Unidos já rejeitaram três minutas de texto de declaração elaboradas pela China, Tunísia e Noruega, pedindo o fim da violência na região.

Horas depois, a França apresentou uma resolução ao Conselho de Segurança, em coordenação com o Egito e a Jordânia, pedindo um cessar-fogo no conflito entre Israel e os palestinos, informou a presidência francesa.

Durante um encontro entre o presidente francês, Emmanuel Macron, seu homólogo egípcio, Abdel Fattah Al Sisi, e, por videoconferência, o rei Abdullah II da Jordânia, "os três países concordaram em três elementos simples: os disparos devem parar, chegou a hora de um cessar-fogo e o Conselho de Segurança da ONU deve abordar a questão", informou Paris.

A reunião do Conselho na segunda-feira durou menos de uma hora.

"Com relação à ação futura do Conselho de Segurança, devemos avaliar se alguma ação ou declaração em particular promoverá as perspectivas de acabar com a violência", reafirmou o embaixador dos Estados Unidos na ONU.

"Nosso objetivo tem sido e continuará sendo um intenso compromisso diplomático para acabar com essa violência", disse Linda Thomas-Greenfield, rejeitando as críticas de seus parceiros do Conselho sobre o veto dos Estados Unidos e a falta de ação do órgão responsável pela promoção da paz mundial.

A representante dos EUA, que detém o posto de ministra, disse que desde o início da crise, a administração democrata fez "cerca de 60 entrevistas telefônicas de alto nível realizadas por funcionários dos EUA, incluindo o presidente Joe Biden."

Em um comunicado divulgado após a reunião, sua contraparte irlandesa, Geraldine Byrne Nason, lamentou que o Conselho de Segurança ainda não tenha conseguido falar a uma só voz.

"O conflito continua, tem um impacto humanitário extremamente devastador. O Conselho de Segurança ainda não disse uma palavra publicamente. Os membros do Conselho têm uma responsabilidade coletiva pela paz e segurança internacionais. Chegou a hora de o Conselho intervir, romper seu silêncio e se expressar", destacou.

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