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Embaixadas afirmam que ofensiva talibã contradiz apoio do grupo a um acordo

13.jul.2021 - Um comboio das Forças Especiais Afegãs é visto durante a missão de resgate de um policial sitiado em um posto de controle cercado pelo Talibã, na província de Kandahar - REUTERS/Danish Siddiqui
13.jul.2021 - Um comboio das Forças Especiais Afegãs é visto durante a missão de resgate de um policial sitiado em um posto de controle cercado pelo Talibã, na província de Kandahar Imagem: REUTERS/Danish Siddiqui

Da AFP, em Cabul

19/07/2021 06h20Atualizada em 19/07/2021 07h40

Várias representações diplomáticas no Afeganistão pediram hoje aos talibãs que interrompam a ofensiva contra as forças governamentais que, em sua opinião, contradiz "o apoio que expressaram a uma solução negociada" do conflito.

O comunicado está assinado pela delegação da União Europeia e pelo escritório do alto representante civil da Otan no Afeganistão, assim como pelas embaixadas da Alemanha, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Itália, Japão, Holanda, Reino Unido, República Tcheca e Suécia.

Após um fim de semana de conversações estéreis em Doha, com as negociações entre o governo e os talibãs estagnadas desde setembro, os signatários pedem o "fim urgente da atual ofensiva militar dos talibãs, que obstrui os esforços para alcançar uma solução negociada ao conflito".

"A ofensiva talibã entra em contradição direta com o apoio que expressaram a uma solução negociada e ao processo de paz em Doha", capital do Catar, afirmam.

O líder do movimento fundamentalista islâmico, Hibatullah Akhundzada, reiterou no domingo que está "decididamente a favor de uma solução política (...) apesar do avanço e das vitórias militares" dos últimos dois meses.

Desde maio, aproveitando a última fase da retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão que deve ser concluída no fim de agosto, os talibãs executam uma ofensiva total e assumiram o controle de amplas regiões do país. As forças governamentais controlam apenas as capitais de província e algumas estradas importantes.

No comunicado, as representações diplomáticas denunciam as mortes, a destruição de infraestruturas, as ameaças e o desprezo ao Estado de direito, aos direitos das mulheres e à liberdade de expressão e de imprensa nas zonas ocupadas pelos insurgentes.