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Arábia Saudita reabrirá fronteiras a peregrinos vacinados

Muçulmanos rezam ao redor da Kaaba em Meca, na Arábia Saudita - AFP
Muçulmanos rezam ao redor da Kaaba em Meca, na Arábia Saudita Imagem: AFP

08/08/2021 09h41

Riade - A Arábia Saudita começará a reabrir suas fronteiras para que peregrinos vacinados visitem a cidade santa de Meca, anunciou a imprensa estatal neste domingo (8). A decisão ocorre quase 18 meses depois do fechamento das fronteiras por causa da pandemia do coronavírus.

"O ministério do Hajj e Umrah anunciou o início da peregrinação de cidadãos e residentes, assim como a recepção gradual de solicitações de peregrinação de vários países do mundo", reportou a Agência de Notícias Saudita (SPA), acrescentando que os pedidos começarão a ser recebidos na segunda-feira.

A Umrah é a peregrinação que pode ser feita a qualquer momento, diferentemente do Hajj, que ocorre uma vez por ano, e costuma atrair anualmente milhões de fiéis de todo o mundo.

A pandemia de covid-19 impactou duramente ambas as peregrinações, que costumam ser fontes importantes de receitas para o reino saudita. Em tempos normais, as duas geram receitas de cerca de US$ 12 bilhões ao ano.

Antes deste anúncio, apenas peregrinos imunizados residentes na Arábia Saudita eram elegíveis a receber permissões para a Umrah, embora o Hajj seja realizado em uma escala menor desde que a pandemia começou.

Todo peregrino estrangeiro precisa estar imunizado com uma vacina reconhecida pelas autoridades sauditas e concordar em se submeter a quarentena, destacou a SPA, citando o vice-ministro saudita Abdulfattah bin Sulaiman Mashat.

O anúncio da retomada da Umrah despertou a alegria dos fiéis. "Estou aliviado por retomar a Umrah. Psicologicamente, preciso ir a Meca", disse Ahmad Hamadna, diretor comercial egípcio de 33 anos, à AFP.

Por outro lado, o engenheiro egípcio Mohammed Rajab, que mora na Austrália, está preocupado. "Haverá muita gente e a possibilidade de contágio será alta, mesmo que os peregrinos sejam vacinados", afirmou em mensagem.

Ambos não poderão viajar diretamente para a Arábia Saudita devido à suspensão dos voos diretos entre Egito e Arábia Saudita, além da suspensão dos voos internacionais na Austrália.

O anúncio representa uma bênção para companhias aéreas e agências de viagens. Também para cabeleireiros, operadores turísticos ou vendedores de souvenirs. Em Meca, centenas de milhares de empregos sofreram com a pandemia.

Riade tem gasto bilhões de dólares para tentar construir do zero uma indústria do turismo como parte dos esforços para diversificar sua economia, dependente do petróleo.

O reino, antes recluso, começou a emitir vistos de turismo pela primeira vez em 2019 como parte de um incentivo ambicioso para renovar sua imagem global e atrair visitantes.

Entre setembro de 2019 e março de 2020, emitiu 400.000 vistos deste tipo até a pandemia interromper este impulso com o fechamento das fronteiras.

O governo tem acelerado um esforço de vacinação nacional para reviver o turismo e outros setores afetados pela pandemia, como o de competições esportivas e eventos de entretenimento.

A vacinação é obrigatória para qualquer um que queira ingressar em estabelecimentos oficiais e privados, incluindo instituições de ensino e locais de entretenimento, bem como para usar o transporte público.

A Arábia Saudita registrou cerca de 532.000 casos de covid-19 e mais de 8.300 mortes.