Sem reeleição, presidente filipino polêmico por políticas antidrogas será candidato a vice
Legalmente impedido de disputar a reeleição, o presidente filipino, Rodrigo Duterte, anunciou ontem a sua candidatura à vice-presidência para continuar sua "cruzada" contra as drogas e os rebeldes.
Para a oposição, Duterte busca uma maneira de fugir da Justiça.
"Apresento minha candidatura à vice-presidência", declarou Duterte, em um discurso pré-gravado.
Eleito presidente das Filipinas em 2016, ele é impedido pela Constituição de buscar novo mandato.
Nas Filipinas, presidente e vice-presidente são eleitos de forma separada. O segundo substitui o primeiro, em caso de incapacidade, ou de renúncia.
"Vou continuar minha cruzada. Estou preocupado com a rebelião, com a criminalidade e com as drogas", afirmou.
Desde sua chegada ao poder, Duterte trava uma campanha sangrenta contra traficantes e usuários de drogas, ao custo de dezenas de milhares de vidas, segundo ONGs.
Em junho, o Tribunal Penal Internacional (TPI) pediu a abertura de uma investigação sobre os milhares de assassinatos cometidos no âmbito desta "guerra" e considerou que pode se tratar de "crime contra a humanidade".
Para a campanha presidencial em maio do ano que vem, o partido de Duterte, PDP-Laban, apoiaria o senador Christopher Lawrence "Bong" Go, há tempos próximo do presidente em final de mandato.
Uma fração do partido, favorável ao famoso lutador de boxe e potencial candidato Manny Pacquiao, denunciou que a chap Bong Go-Duterte é apenas uma "cortina de fumaça". Seu objetivo seria, na verdade, revelar no último minuto a verdadeira candidata: Sara, a filha de Duterte, que pertence a outro partido.
Se Sara Duterte-Carpio, favorita nas pesquisas, ou Bong Go vencerem a eleição presidencial, podem ajudar a proteger Duterte de possíveis processos criminais, na avaliação de diferentes observadores.
Em uma parte de sua declaração, editada e retirada antes de sua divulgação, Duterte dizia que ele e Bon Go renunciariam à campanha eleitoral, se sua filha disputasse a presidência, relatou Harry Roque, porta-voz oficial, em conversa com a AFP.
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