Na Ucrânia, Justiça mantém liberdade de ex-presidente acusado de traição
A Justiça ucraniana decidiu hoje manter em liberdade o ex-presidente Petro Poroshenko, acusado de alta traição, mas emitiu uma ordem restritiva contra ele.
Presidente de 2014 a 2019, Poroshenko, de 56 anos, é um dos homens mais ricos da Ucrânia. Ele, que deixou o país em dezembro e voltou na última segunda-feira (17), está sendo processado por acusação de alta traição.
Relacionadas
Depois que o juiz responsável pelo caso, Oleksiy Sokolov, anunciou a decisão, Poroshenko e apoiadores cantaram o hino nacional no meio da audiência.
A promotoria havia solicitado a prisão dele e fixado uma fiança em 30 milhões de euros.
O juiz rejeitou o pedido, mas ordenou que o réu, principal opositor do atual presidente, Volodimir Zelenski, entregasse o passaporte e permanecesse em solo nacional.
"Viemos aqui para mostrar que não temos medo, que a verdade está conosco", disse o ex-presidente, que foi aplaudido por apoiadores na saída do tribunal.
Poroshenko é acusado de ter vínculos comerciais com separatistas pró-russos no leste do país.
A promotoria o acusou de usar recursos do Estado para financiar os separatistas, um ato de "alta traição" que acarreta penas de até 15 anos de prisão. Poroshenko, que atualmente é deputado, está envolvido em dezenas de processos judiciais.
Durante o governo dele, aproximou o país do Ocidente, mas não conseguiu erradicar a pobreza e a corrupção. O retorno ocorre em meio a crescentes tensões sobre a ameaça de uma invasão russa.