OMS promete agir após acusações de racismo contra diretor do Pacífico Ocidental
Genebra, 27 Jan 2022 (AFP) - A Organização Mundial da Saúde (OMS) prometeu nesta quinta-feira (27) tomar "medidas apropriadas" diante das acusações de comportamento racista e abusivo feitas contra o diretor para o Pacífico Ocidental, o médico japonês Takeshi Kasai, por autoridades de sua área.
Kasai, também acusado de ter afetado a capacidade de resposta da OMS à pandemia de covid-19, negou essas acusações e disse estar disposto a cooperar com qualquer investigação.
"A OMS está ciente dessas alegações e está tomando todas as medidas apropriadas sobre o assunto", afirmou à AFP a organização com sede em Genebra, sem dar mais detalhes.
A agência Associated Press revelou que dezenas de funcionários do departamento do Pacífico Ocidental denunciaram seu diretor internamente em outubro e que em janeiro enviaram um e-mail com essas acusações ao conselho executivo da organização do sistema das Nações Unidas com sede em Genebra.
No e-mail, ao qual a AFP teve acesso, Kasai é acusado de exercer "liderança abusiva e racista", além de má gestão e desperdício de doações feitas para enfrentar a pandemia, abuso de poder para garantir sua reeleição e nepotismo na contratação de pessoal.
Além disso, a mensagem pede uma "intervenção urgente" dos países membros da OMS para levar em consideração suas preocupações.
"Levo muito a sério as preocupações levantadas sobre meu estilo de gestão", escreveu Kasai, no cargo desde fevereiro de 2019, em um documento fornecido à OMS, que a AFP pôde consultar.
Kasai acrescentou que está disposto a "fazer as mudanças que garantam um ambiente de trabalho positivo", mas em particular negou nesse documento qualquer comportamento racista.
"É verdade que fui duro com a equipe, mas rejeito qualquer acusação de que tive como alvo funcionários de qualquer nacionalidade específica", afirmou.
Kasai também nega ter compartilhado informações confidenciais da OMS sobre campanhas de vacinação anticovid com o governo japonês.
O embaixador britânico em Genebra, Simon Manley, exortou a OMS a investigar o caso. "Na OMS não há espaço para racismo ou discriminação", criticou.
burs-rjm/vog/bp/js/am
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