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Jornal chinês acusa EUA de pagar atletas para "perturbar" Jogos de Inverno de Pequim

29/01/2022 10h36

Pequim, 29 Jan 2022 (AFP) - Um meio de comunicação oficial chinês acusou Washington de "incitar" os atletas a "perturbar" os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim (4 a 20 de fevereiro), especialmente pagando a eles, uma acusação que a embaixada dos EUA negou categoricamente neste sábado.

Em um contexto de um "boicote diplomático" aos Jogos pelos Estados Unidos em nome da proteção dos uigures, o artigo do jornal inglês China Daily se baseia em "fontes bem informadas" denunciando um "complô".

As "forças antichinesas" em território norte-americano "incitam atletas" de vários países "a expressar seu descontentamento com a China, a adotar uma atitude passiva durante as competições e até a se recusar a participar" dos Jogos, indicou o jornal.

Em troca, Washington "vai oferecer uma compensação", denunciam essas fontes, que acusam os Estados Unidos de querer "criar problemas durante os Jogos para politizar o evento".

As autoridades americanas rebateram veementemente essas acusações.

"Não coordenamos anteriormente e não estamos coordenando nenhuma campanha global relacionada à participação nos Jogos Olímpicos", disse à AFP por e-mail um porta-voz da embaixada dos Estados Unidos em Pequim.

"Os atletas americanos têm o direito de se expressar livremente, de acordo com o espírito e os estatutos dos Jogos Olímpicos, que incluem a promoção dos direitos humanos", continuou o porta-voz.

Em nome das violações de direitos humanos da China, particularmente contra a minoria muçulmana uigur, os Estados Unidos convenceram alguns aliados ocidentais, incluindo Canadá, Austrália e Reino Unido, a realizar um "boicote diplomático" durante as Olimpíadas de 2022.

Esses países não enviarão representantes a Pequim para participar da cerimônia de abertura na sexta-feira, embora seus atletas participem normalmente das provas.

Com este artigo do China Daily, o país asiático procura "desviar a atenção" do público "de seu escandaloso histórico de direitos humanos", considerou também a embaixada dos Estados Unidos.

"Esperamos que (a China) garanta a segurança e o bem-estar de nossos atletas e de todos os atletas que participam dos Jogos de Pequim e respeite seus direitos humanos e liberdades fundamentais", disse ele.

Na quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, cobrou dos Estados Unidos que "parem de perturbar" os Jogos Olímpicos de Pequim, durante um telefonema com seu homólogo americano Antony Blinken.

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