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Petro, Gutiérrez e Fajardo: os candidatos à presidência da Colômbia

14/03/2022 07h06

Bogotá, 14 Mar 2022 (AFP) - Com os resultados das primárias de domingo, a campanha presidencial para as eleições de 29 de maio começou na Colômbia. Uma esquerda unida, com grandes chances de chegar pela primeira vez ao poder, enfrentará coalizões de direita, de centro e independentes.

O ex-senador Gustavo Petro, favorito em todas as pesquisas, conquistou a indicação da esquerda; o ex-prefeito de Medellín Federico Gutiérrez será o candidato da coalizão de direita e Sergio Fajardo, ex-governador do departamento de Antioquia, representará a aliança de centro.

O ex-ministro Óscar Iván Zuluaga, pelo Centro Democrático, partido do atual presidente Iván Duque; o independente Rodolfo Hernández e Íngrid Betancourt, que já foi candidata à presidência e ex-refém das Farc, completam a lista de aspirantes ao posto de chefe de Estado. Os três optaram por entrar na disputa com o apoio de movimentos ou assinaturas de simpatizantes, sem o desafio das primárias.

A seguir os perfis dos vencedores das primárias:

- Gustavo Petro -Aos 61 anos, Petro é um político de esquerda, "progressista", que lutou contra o Estado ao lado da M-19, uma guerrilha nacionalista de origem urbana. Ele ficou preso por um ano e meio antes de assinar a paz em 1990. Economista, fã de mapas e grande orador, ele brilhou como senador e em 2011 venceu a eleição pela prefeitura de Bogotá.

Em consequência de seu modelo de coleta de lixo - que tirou a gestão do setor privado -, ele foi destituído temporariamente. Em 2018, com sua segunda campanha presidencial, obteve a maior votação já conquistada pela esquerda, mas perdeu no segundo turno.

Sua terceira campanha pela Casa de Nariño começa com o contundente resultado de mais de quatro milhões de votos nas primárias.

"O Pacto Histórico conquistou o melhor resultado do progressismo na história da República da Colômbia", celebrou ao ouvir os resultados parciais da consulta e das legislativas de domingo.

Ele promete um governo reformista e de ruptura com a economia petroleira, as elites tradicionais e com destaque para o meio ambiente.

- Federico Gutiérrez -Principal rival de Petro, que ele define como um "populista" e um "perigo" para a democracia, "Fico" Gutiérrez desponta como a figura da direita, diante do declínio do Centro Democrático.

Aos 47 anos, o ex-prefeito (2016-2019) e antes vereador (2003-2011) de Medellín é o mais jovem dos candidatos à presidência.

Após a vitória nas primárias com dois milhões de votos, ele prometeu "proteger nossa democracia e proteger nossas liberdades".

Engenheiro civil de posturas conservadoras, Gutiérrez privilegia a linha dura nos temas segurança e violência, se recusa a negociar com grupos armados e questiona a decisão constitucional que descriminalizou o aborto até 24 semanas.

- Sergio Fajardo -Conhecido como "o professor", Sergio Fajardo é um político moderado que representa o centro. Ele foi prefeito de Medellín (2003-2007) e governador de Antioquia (2012-2015).

Aos 65 anos, o doutor em Matemática e professor universitário participa pela terceira vez em uma disputa presidencial, enquanto enfrenta as acusações do Ministério Público por suposta negligência nos custos excessivos de um empréstimo público.

Ele recebeu quase 700.000 votos nas primárias dos centristas.

Em 2018, Fajardo ficou em terceiro lugar, atrás do atual presidente conservador Iván Duque e do esquerdista Gustavo Petro. Fajardo, que é acusado pelos rivais por seu caráter indeciso, destaca as bandeiras da educação gratuita e das políticas para o meio ambiente.

"Acaba de terminar a primeira etapa e a Colômbia está nos esperando para uni-la, para mudá-la e para curá-la de tantas feridas", declarou Fajardo após obter a indicação.

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