Otan diz que China dá apoio político à Rússia e Pequim cita 'desinformação'
A China classificou como "desinformação", nesta quinta-feira (24), as afirmações do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, de que Pequim oferece "apoio político" à Rússia e acusou a aliança militar de divulgar "mentiras" sobre a invasão da Ucrânia.
Parceiro econômico e diplomático próximo de Moscou, Pequim não manifestou, até agora, seu apoio ou desaprovação à invasão russa e pediu moderação a todas as partes. Os países ocidentais pedem ao gigante asiático que deixe clara sua oposição.
Na quarta-feira (23), o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, denunciou "o apoio político dado à Rússia pela China, inclusive mediante a difusão de mentiras e de desinformação" por sua imprensa oficial.
Stoltenberg repetiu uma acusação, sem provas, feitas pelos Estados Unidos, sobre "a possibilidade de Pequim estar prestando apoio material à invasão da Ucrânia" e convocou a China a "se juntar ao resto do mundo para pedir o fim imediato e pacífico desta guerra".
"Acusar a China de desinformação sobre a Ucrânia é uma desinformação em si mesma", disse o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin, em uma entrevista coletiva.
"Estados Unidos e Otan devem dialogar com a Rússia para desfazer o nó da crise ucraniana. Para resolver uma crise, precisamos estar calmos e ser racionais, não jogar lenha na fogueira", acrescentou.
A China se apresenta como potência neutra e uma possível mediadora na crise.
"Sempre defendemos que a Ucrânia seja uma ponte entre Oriente e Ocidente, e não a vanguarda de um jogo de grandes potências", argumentou Wang Wenbin.
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