Da Dinamarca a Portugal, Europa intensifica esforços para diminuir dependência do gás russo
Middelfart, Dinamarca, 12 Abr 2022 (AFP) - Posicionadas a uma distância relativamente curta de uma vala barrenta, as grandes tubulações pretas serão enterradas em breve na Dinamarca. Há muito tempo suspensas, as obras de um gasoduto entre Noruega e Polônia foram reiniciadas com a invasão da Ucrânia.
Com projetos de terminais de metano na Alemanha, Finlândia e França ou novas possíveis rotas pela Espanha ou pelo Mediterrâneo Oriental, a Europa intensifica os esforços para deixar de depender do gás russo, mesmo que a tarefa, advertem os especialistas, demore anos.
Em Middelfart, na ilha dinamarquesa de Fionie, a construção do Baltic Pipe foi reativada no mês passado para concluir a conexão de quase 900 quilômetros.
"Trata-se de ter gás no sistema dinamarquês, mas, sobretudo, ajudar o sistema de gás dos nossos vizinhos e amigos poloneses", explica à AFP Søren Juul Larsen, diretor do projeto na operadora de energia dinamarquesa Energinet.
Apenas uma semana depois da invasão da Ucrânia, a autoridade ambiental da Dinamarca, que se preocupa com o impacto do projeto nas espécies locais de camundongos e morcegos, concedeu permissão para a continuidade da construção após nove meses de suspensão.
"Esperávamos que fosse aprovado depressa, mas claro que a guerra tornou a questão mais urgente", assegura Trine Villumsen Berling, pesquisadora no instituto dinamarquês de estudos internacionais.
Concebido há quase 20 anos e iniciado em 2018, o projeto, parcialmente submarino, deve entrar em operação em outubro e estar plenamente em operação em 1º de janeiro de 2023.
"Temos realmente uma boa cooperação com todos os terceirizados para acelerar e fazer tudo o que podemos para manter o calendário", garante Juul Larsen durante uma visita ao lugar.
No sul da Europa, Espanha e Portugal defendem uma rota de abastecimento alternativa para o gás russo.
O porto de Sines, o maior de Portugal, busca dobrar a capacidade de seu terminal de gás em menos de dois anos.
Unida por um gasoduto à Argélia e dotada de enormes terminais de metano, a Espanha pode se tornar outra opção viável, mas isso implica grandes obras para melhorar as conexões com o resto da União Europeia usando o território da França.
E outra alternativa também examinada é a conexão com o gás no leste do Mediterrâneo descoberto em grandes quantidades há 20 anos ao longo de Israel e Chipre.
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