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Lula: Zelensky é 'tão responsável como Putin' pelo conflito na Ucrânia

04/05/2022 14h10

Rio de Janeiro, 4 Mai 2022 (AFP) - O ex-mandatário brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, é "tão responsável como Putin" pela guerra, em uma entrevista para a revista Time publicada nesta quarta-feira (4).

"Vejo o presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse festejando, sendo aplaudindo de pé por todos os parlamentos (do mundo). Esse cara é tão responsável como Putin. Porque em uma guerra não há somente um culpado", declarou Lula, favorito nas presidenciais de outubro no Brasil.

"Ele quis a guerra. Se não quisesse a guerra, haveria negociado um pouco mais", afirmou o ex-presidente brasileiro.

"Critiquei o Putin quando estive na Cidade do México, dizendo que foi um erro invadir. Mas creio que ninguém está buscando contribuir para que haja paz. O povo está estimulando o ódio contra Putin. Isso não vai resolver! Há que estimular um acordo. Mas há um estímulo (ao enfrentamento)", disse Lula na entrevista, que foi reproduzida com destaque nos principais meios no Brasil e se tornou um dos assuntos mais comentados do país no Twitter.

O líder da esquerda brasileira, de 76 anos, criticou também a postura dos Estados Unidos e do seu presidente Joe Biden.

"Os Estados Unidos têm um peso muito grande e ele (Biden) poderia evitar isso (o conflito), em vez de estimulá-lo. Poderia ter dialogado mais, participado mais, Biden poderia ter tomado um avião até Moscou para conversar com Putin. Essa é a atitude que se espera de um líder", julgou Lula.

A Organização das Nações Unidas (ONU) também levou parte das críticas.

"É urgente e necessário que criemos uma nova governança mundial. A ONU de hoje não representa mais nada, não é levada a sério pelos governantes. Cada um toma decisões sem respeitar a ONU. Putin invadiu a Ucrânia de forma unilateral, sem consultar a ONU", afirmou o ex-presidente.

Desde o início da guerra na Ucrânia, a esquerda brasileira adotou uma posição ambígua, condenando em parte a invasão russa, mas aderindo por outro lado ao argumento que responsabiliza a expansão da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) pelo conflito.

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