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Pequim anuncia exercícios navais no Mar da China Meridional

Presidente da China Xi Jinping - Getty Images
Presidente da China Xi Jinping Imagem: Getty Images

AFP, Pequim

27/05/2022 06h36

Pequim realizará exercícios navais no Mar da China Meridional amanhã, informou sua autoridade marítima, após uma semana de acusações dos Estados Unidos e de seus aliados sobre as ambições militares chineses na região Ásia-Pacífico.

As manobras ocorrerão perto da costa chinesa, em uma pequena área marítima distante das zonas em disputa com o Vietnã e as Filipinas.

"Exercícios militares serão realizados e a área ficará proibida", disse na quinta-feira a Administração de Segurança Marítima, publicando as coordenadas da zona em questão.

A área está localizada cerca de 25 quilômetros ao sul da ilha de Hainan (Sul) e mede cerca de 100 quilômetros quadrados.

A China realiza regularmente exercícios navais, muitas vezes perto de suas costas. Manobras em outra área marítima, também perto de Hainan, estão programadas para a próxima semana.

Os Estados Unidos, que veem a China como um rival estratégico, alertam regularmente sobre a crescente presença militar e econômica de Pequim em uma área que vai do Mar da China Meridional às ilhas do Pacífico.

Essa presença, dizem, é uma estratégia para mudar o equilíbrio de poder na região.

"Pequim se envolveu em uma retórica e atividades cada vez mais provocativas, como pilotar aviões (...) perto de Taiwan" quase diariamente, disse na quinta-feira o secretário de Estado americano, Antony Blinken.

Blinken também pediu na quinta para combater "a intenção da China de remodelar a ordem internacional".

A respeito do discurso do secretário americano, as autoridades chinesas disseram hoje que sentiram-se caluniadas.

Este discurso "difunde informações falsas, exagera a ameaça chinesa, interfere nos assuntos internos chineses e calunia as políticas domésticas e internacionais do país", reagiu Wang Webin, porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, estimando que o objetivo deste discurso era "conter e bloquear o desenvolvimento da China".

Em seu discurso, Blinken também acusou Pequim de aumentar as tensões sobre Taiwan - uma ilha autônoma que a China reivindica como parte de seu território - e disse que Pequim "cortou as relações de Taiwan com países de todo o mundo e a impediu de participar de organizações internacionais".

Wang comentou hoje que a China se opõe "firmemente" ao discurso de Blinken, dizendo que mostra que Washington pretende "conter e suprimir o desenvolvimento da China e manter a hegemonia e o poder dos Estados Unidos".

Os comentários de Blinken foram feitos depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, prometeu esta semana defender Taiwan se Pequim atacar a ilha.

Em resposta, a diplomacia chinesa pediu aos Estados Unidos que não "subestimassem" a "determinação" da China em defender sua soberania.