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'Que diálogo pode haver com o diabo?', diz presidente da Nicarágua sobre EUA

29.ago.2018 -  O Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, discursa durante a comemoração do 51º aniversário da campanha da guerrilha Pancasana em Manágua - INTI OCON / AFP
29.ago.2018 - O Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, discursa durante a comemoração do 51º aniversário da campanha da guerrilha Pancasana em Manágua Imagem: INTI OCON / AFP

20/07/2022 09h50

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, considerou nesta terça-feira (20) "impossível" dialogar com os Estados Unidos, que mantém seu governo sob sanções por prender dezenas de opositores e "minar as instituições democráticas".

"O diálogo é impossível, os diálogos [com os EUA] são para colocar uma corda no pescoço", disse Ortega, que celebrou nesta terça-feira o 43º aniversário do triunfo da revolução sandinista.

"Que diálogo pode haver com o diabo? Como diz Che [Guevara], você não pode acreditar nem um tantinho de nada nos ianques e no imperialismo, porque acaba com você. Gostaríamos de ter boas relações com os Estados Unidos, mas é impossível", insistiu.

Ortega, ex-guerrilheiro de 76 anos no poder desde 2007, e sua esposa e vice-presidente, Rosario Murillo, lideraram a comemoração do triunfo da revolução que pôs fim à ditadura de Somoza, em 1979. Estiveram presentes o primeiro-ministro de Cuba, Manuel Marrero, e o chanceler da Venezuela, Carlos Faría.

Em maio, Washington admitiu que havia "comunicação bilateral" com a Nicarágua e que continuaria "pressionando pela libertação dos presos políticos". Apesar da relação tensa, os Estados Unidos são um importante parceiro comercial de Manágua.

Em 2021, antes das eleições gerais de novembro, nas quais Ortega foi reeleito para um quarto mandato consecutivo, cerca de 40 opositores foram presos, incluindo sete de seus possíveis rivais.

Ortega acusou-os de tentarem derrubá-lo com o apoio de Washington e processou o grupo por vários crimes, entre eles "minar a soberania".