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Boric pede fim da polarização nas Américas e critica exclusões em cúpula

O presidente do Chile, Gabriel Boric  - Anadolu Agency/Anadolu Agency via Getty Images
O presidente do Chile, Gabriel Boric Imagem: Anadolu Agency/Anadolu Agency via Getty Images

10/06/2022 20h05Atualizada em 10/06/2022 20h14

Los Angeles (EUA.), 10 jun (EFE).- O presidente do Chile, Gabriel Boric, defendeu nesta sexta-feira que seja deixada para trás a polarização no continente americano e criticou a exclusão de Cuba, Nicarágua e Venezuela da Cúpula das Américas.

"Ou nos salvamos juntos, ou vamos afundar separados. Não podemos nos conformar em ser clubes excludentes de países que pensam o mesmo. Chegou a hora de deixar para trás a polarização do nosso continente", disse o chefe de Estado, em discurso na segunda sessão plenária do fórum, que acontece em Los Angeles, nos Estados Unidos.

"Deveríamos estar todos, e não estamos todos", completou o chileno, em referência à ausência de delegações governamentais de Cuba, Nicarágua e Venezuela, que não foram convidadas pelos Estados Unidos, que sedia a nona edição da Cúpula das Américas.

A justificativa da exclusão, segundo o Departamento de Estado americano, é que os regimes destes países não cumprem com "padrões democráticos". Boric, contudo, destacou a necessidade de que seja mantido o diálogo e que a América se mostre ao mundo como "uma só voz unida".

"Seria importante discutir, em um fórum como esse, com todos os países presentes, a necessidade urgente da libertação dos presos políticos da Nicarágua ou a importância moral de acabar de uma vez por todas com o injusto bloqueio americano à Cuba", afirmou ele.

No grande primeiro evento internacional que participa desde a posse como presidente, em março, Boric aproveitou para reforçar o compromisso que tem com os direitos humanos, de forma "irrestrita, independente da visão política do governo que os desrespeitem".

Além disso, o presidente chileno voltou a abordar temas sobre meio ambiente e de gênero, dois pilares da campanha que o elegeu.

"Temos que avançar na plena inclusão política das mulheres, em paridade, na autonomia dos corpos e em uma vida livre de violência", afirmou Boric.

No discurso, o chefe de Estado ainda garantiu que "a proteção dos oceanos é um ato de sobrevivência", que as Américas precisam encarar com seriedade.