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Blinken destaca que EUA tem 'prioridades compartilhadas' com o Chile

05/10/2022 16h40

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse que espera estabelecer uma relação sólida com o Chile, pois tem "prioridades compartilhadas" com o governo de esquerda de Gabriel Boric.

Blinken comemorou que os dois países tenham uma "abordagem comum e prioridades compartilhadas" e considerou que ambos estão se esforçando para "construir economias inclusivas e mais equitativas. E penso que isso é o que o presidente Boric está se esforçando em fazer" no Chile, disse.

Trata-se da primeira visita de Blinken ao Chile, país que os Estados Unidos consideram um aliado de longa data na América do Sul e onde busca voltar a impulsionar a colaboração em temas de segurança regional, gestão migratória e abordar temas como a mudança climática, a inclusão social, entre outros, informou, em nota, o  Departamento de Estado.

Blinken iniciou na segunda-feira na Colômbia um giro latino-americano, ao qual deu continuidade no Chile e concluirá no Peru na quinta e na sexta-feira, onde participará da Assembleia Geral dos Estados Americanos (OEA), o principal fórum político da região.

Os três países visitados por Blinken são chefiados por presidentes da esquerda latino-americana, tradicionalmente crítica aos Estados Unidos. 

Ao ser perguntado sobre este ponto, o secretário de Estado avaliou que não se deve julgar os países por sua posição no espectro político. "O que motiva os eleitores é ver que seus governos produzem resultados concretos", que incidam na vida das pessoas, destacou.

Funcionários americanos têm dito em particular que estão tranquilos com os primeiros passos dados por Boric, que substituiu, em março, o direitista Sebastián Piñera, e esperam discussões "muito positivas", pois o presidente assumiu um papel de liderança em áreas como mudanças climáticas, uma prioridade para o governo de Joe Biden, e a situação no Haiti, país que tem uma diáspora importante no Chile desde 2010.

- Eleições livres e democráticas -

Durante uma coletiva de imprensa posterior ao encontro com Boric, Blinken e a chanceler chilena, Antonia Urrejola, se referiram à crise política e econômica da Venezuela.

"Em relação à Venezuela, este foi um dos temas sobre os quais mais conversamos com o secretário Blinken na reunião que tivemos. Nossa posição é que esperamos que o Grupo de Contato inicial, que está no México, possa retomar as conversas com o governo de (Nicolás) Maduro, como também com a oposição venezuelana", afirmou Urrejola.

"O que queremos como país, e nisso estamos em sintonia com os Estados Unidos e outros países da região, como também países europeus, é que seja possível retomar estas conversas com vistas a que a Venezuela possa realizar eleições livres e democráticas em 2024", acrescentou.

O Grupo Internacional de Contato é uma iniciativa diplomática, integrada por países da União Europeia e da América Latina, formado em 2019 para ajudar a negociar uma solução para a crise na Venezuela.

O chefe da diplomacia americana partirá ao fim do dia para Lima, onde participará na quinta-feira da assembleia da OEA.

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© Agence France-Presse