EUA: Mulher acusa candidato republicano ao Senado de obrigá-la a abortar
Uma mulher que diz ter sido pressionada a abortar pelo candidato republicano ao Senado, Herschel Walker, o desafiou nesta terça-feira (22) a encará-la e negar a acusação antes das eleições de 6 de dezembro.
O candidato, um astro aposentado do futebol americano que virou político fazendo da guerra contra o aborto um dos pontos centrais de sua campanha, negou sequer conhecer a mulher.
"Fiquei em choque quando você negou me conhecer. Estivemos juntos por seis anos", disse, aos prantos, a acusadora durante uma coletiva de imprensa nesta terça-feira em Los Angeles. "Você conheceu meus pais".
"Você está disposto a qualquer coisa, inclusive mentir aos eleitores da Geórgia, para se tornar senador?", questionou a mulher. "Ousaria me ver cara a cara e dizer que não me conhece e que isto é mentira?".
Walker, apoiado pelo ex-presidente Donald Trump, disputa uma cadeira do estado da Geórgia ao Senado. Ele voltará a enfrentar nas urnas o democrata Raphael Warnock, depois que nenhum dos dois conseguiu mais da metade dos votos em eleições disputadíssimas em 8 de novembro.
A acusadora diz que manteve uma relação extraconjugal com o então jogador dos Dallas Cowboys de 1987 a 1993, quando descobriu que estava grávida.
Ela diz que ele a pressionou a abortar e que, quando ela voltou atrás na clínica, Walker a levou pessoalmente, pagou pelo procedimento e esperou no carro até o final para levá-la para casa.
O ex-esportista de 60 anos foi acusado em outubro por outra mulher, que também afirma ter se submetido a um aborto por pressão dele em 2009. Walker, cuja campanha foi marcada por escândalos pessoais, incluindo violência doméstica e o reconhecimento de três filhos fora do casamento, também nega isto.
"Eu ia levar isto para o túmulo", disse a segunda acusadora nesta terça. "Mas, depois que a primeira mulher o acusou, em outubro, o ouvi dizer na televisão que nunca tinha pedido a ninguém para abortar [...] E eu sabia que estava mentindo. Precisava falar."
A mulher, acompanhada pela advogada das celebridades Gloria Allred, mostrou fotos, cartas e reproduziu mensagens de áudio nas quais se ouvia um homem que ela afirma ser Walker declarar seu amor e chamá-la de "cadelinha sexual".
A disputa entre Walker e Warnock é considerada decisiva depois que os republicanos fracassaram em controlar o Senado e que os democratas conseguiram uma pequena maioria.
Allred afirmou que, se Walker não responder ao desafio, "é justo para os eleitores da Geórgia concluir que esta acusadora diz a verdade, que você não é transparente, nem honesto".
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