MPRJ reabre caso contra congressista dos EUA filho de brasileiros por estelionato
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) anunciou, nesta quarta-feira (4), a reabertura de uma antiga investigação por estelionato contra George Santos, um congressista americano de origem brasileira, já sob pressão por ter mentido sobre seu currículo.
A eleição em 2022 de Santos, de 34 anos, ajudou o Partido Republicano a garantir uma maioria estreita sobre os democratas na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, ao conquistar uma cadeira pelo condado de Nassau, em Long Island, a leste de Nova York.
Filho de imigrantes brasileiros e nascido nos Estados Unidos, ele é acusado no Brasil de ter usado um talão de cheques roubado para fazer compras de mais de dois mil reais em uma loja em 2008, segundo a imprensa brasileira.
"O Ministério Público do Rio de Janeiro solicitou a reabertura do processo", informou o órgão em e-mail à AFP. O caso havia sido arquivado porque os investigadores não conseguiram localizar Santos.
Mas "o réu foi eleito deputado nos Estados Unidos da América e, portanto, tem endereço certo, o que vai possibilitar sua citação e a reabertura do processo", explicou o MPRJ, que informou que não poder determinar se Santos tem cidadania brasileira.
A instituição também disse que pediu na terça-feira a reabertura do processo em uma vara criminal de Niterói, cidade onde teria ocorrido o suposto crime.
Santos pode pegar até cinco anos de prisão se for condenado no Brasil, que tem um tratado de extradição com os Estados Unidos, mas os promotores disseram que por ser sua primeira acusação ele poderia optar por uma pena alternativa, como serviço comunitário.
A princípio, Santos não respondeu aos pedidos de comentários da AFP.
A reabertura do caso no Brasil é um novo golpe para o político, que já enfrenta uma investigação criminal em Nova York por mentir sobre sua formação e experiências profissionais.
O caso havia sido descoberto após a publicação de uma reportagem no jornal The New York Times, que revelou que Santos havia mentido sobre ter se formado na universidade, assim como ter trabalhado no Goldman Sachs e no Citigroup.
Santos acabou confessando ter mentido e se desculpou por "embelezar" seu currículo.
Além disso, outra reportagem do The New York Times levantou dúvidas sobre como Santos conseguiu fornecer 700 mil dólares para sua campanha, após declarar em 2020 que ganhava 55 mil por ano.
Vários democratas exigiram que a liderança republicana na Câmara dos Representantes convocasse uma votação para expulsar Santos se ele não renunciar.
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