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Votação demorada na Califórnia pode atrapalhar disputa pela Câmara nos EUA

Milhões de eleitores saíram às ruas nesta terça-feira (5) para escolher o próximo presidente dos EUA, em uma disputa protagonizada por Kamala Harris e Donald Trump, mas eles também votaram para deputados e senadores. Porém, a contagem de votos na Califórnia pode levar semanas para ser concluída, o que atrapalha a disputa de poder na Câmara, segundo o jornal The New York Times.

O que aconteceu

O estado possui algumas das disputas mais acirradas do país. Cinco cadeiras atualmente mantidas por republicanos, partido de Trump, são consideradas "indecisas".

Atualmente, o Partido Republicano tem maioria na Casa com o domínio de 26 estados, enquanto o Partido Democrata lidera 22. Minnesota e Carolina do Norte estão empatados.

Todos os eleitores registrados na Califórnia recebem cédulas pelo correio, segundo o jornal. O processo de abrir os envelopes e examinar cada assinatura influencia na demora para divulgação dos resultados. O estado tem mais de 22 milhões de votantes registrados.

Políticas públicas do estado impactam na contagem dos votos. As cédulas de votação na Califórnia podem ser contadas até uma semana após o fechamento das urnas, desde que tenham o carimbo postal do dia da eleição. Além disso, eleitores de cédulas classificadas como "inválidas" recebem mais tempo para explicar aos funcionários eleitorais por que os votos devem ser contados.

A cidade de São Francisco é um dos principais obstáculos para a divulgação dos resultados. Eles utilizam um método de votação em que os eleitores podem classificar seus candidatos preferidos em ordem.

O candidato que receber o menor número de votos de primeira escolha é eliminado. Com isso, o próximo na fila daquela cédula recebe o voto. O processo de eliminação continua até que um candidato ganhe a maioria, de acordo com o jornal.

A previsão da 538, plataforma de estatísticas ligada à ABC News, é que os republicanos devem manter a maioria na Câmara. Segundo a estimativa, o partido de Trump pode controlar até 28 delegações estaduais contra 18 dos democratas em janeiro. Outros quatro estados aparecem como indecisos ou empatados.

Câmara em disputa

O cenário é menos claro na Câmara, onde os republicanos detêm uma estreita maioria de 220 a 212 votos, do que no Senado. Os analistas dizem que os democratas poderiam facilmente conquistar cadeiras suficientes para ganhar o controle da Câmara, embora não haja sinais de uma "onda", semelhante à de 2018 ou 2010, que resultaria em uma mudança decisiva no poder.

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Com pelo menos 200 assentos seguros para cada partido, o lado vencedor terminará provavelmente com uma maioria estreita que poderá dificultar o governo. Isso ficou evidente nos últimos dois anos, já que as brigas internas republicanas levaram a votações fracassadas e à turbulência na liderança, prejudicando os esforços do partido para cortar gastos e restringir a imigração.

As disputas acirradas nos estados fortemente democratas de Nova York e Califórnia podem determinar o controle da Câmara. Porém, o resultado pode não ser conhecido por vários dias por causa da Califórnia.

*com informações da Reuters

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