Trump Organization é condenada a pagar US$ 1,6 milhão por fraude fiscal
A Trump Organization foi condenada nesta sexta-feira (13), em Nova York, a pagar uma multa de 1,6 milhão de dólares por fraude fiscal e financeira, a máxima aplicável, disse o procurador de Manhattan em um comunicado.
O grupo do magnata republicano Donald Trump, que pretende se candidatar às eleições presidenciais de 2024, foi julgado por evasão fiscal e falsificação de declarações contábeis, com o objetivo de ocultar as compensações financeiras de alguns diretores.
Trata-se do primeiro caso penal para a corporação familiar do ex-presidente (2017-2021), que inclui clubes de golfe, hotéis de luxo e propriedades imobiliárias.
A Trump Organization espera um julgamento civil ainda maior em 2023 sobre um caso diferente de fraude financeira.
"Hoje, as empresas do ex-presidente Trump foram multadas com as penas máximas permitidas por lei depois de condenações históricas por um total de 17 crimes graves", disse o procurador Alvin Bragg em comunicado.
Duas empresas do grupo, Trump Corporation e Trump Payroll Corporation, foram acusadas de ter concedido benefícios financeiros ou em espécie a altos executivos, escondendo-os das autoridades fiscais para evitar o pagamento de impostos, entre 2005 e 2018.
Entre eles está um ex-diretor financeiro histórico da companhia, Allen Weisselberg, muito próximo de Trump, que se declarou culpado de 15 acusações e foi sentenciado na terça-feira, pelo mesmo caso, a cinco meses de prisão e a pagar uma multa de mais de 2 milhões de dólares.
Weisselberg é acusado de ter se beneficiado do aluguel gratuito de um apartamento de luxo em Manhattan, de ter automóveis Mercedes à sua disposição e do pagamento das matrículas de seus netos em uma escola particular, o que supôs aproximadamente 1,76 milhão de dólares em receitas não declaradas durante anos.
Quando foi anunciada a sua sentença, Weisselberg, de 75 anos e que começou a trabalhar como contador para o pai de Trump em 1973, saiu algemado para cumprir sua pena na prisão de Rikers Island.
- Trair a confiança -
Em 6 de dezembro, quando foi anunciada a sua culpabilidade, a Trump Organization informou, através de uma advogada, que recorreria, enquanto buscava culpar Weisselberg, garantindo que ele mesmo havia "declarado sob juramento [ter] 'traído' a confiança [da] empresa".
Trump, que denunciou ser alvo de uma "caça às bruxas" em diversas ocasiões, não foi denunciado pessoalmente neste julgamento e não foi acusado em nenhuma causa judicial até o momento. Contudo, ele vê os expedientes nos tribunais se acumularem em sua porta quando está prestes a iniciar sua corrida pela candidatura do Partido Republicano à Presidência em 2024.
Nos dois casos de maior repercussão, o ataque de seus partidários à sede do Congresso em 6 de janeiro de 2021 e as tentativas de anular os resultados das eleições presidenciais de 2020, o promotor especial Jack Smith deve investigar, em particular, possíveis ações pelo papel do ex-presidente (2017-2021).
Embora não tenha acusações penais contra si, Trump deverá comparecer a um tribunal civil de Nova York, com três de seus filhos - Donald Jr., Eric e Ivanka -, acusados também de práticas fiscais fraudulentas dentro da Trump Organization.
Nesse caso, a procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James, acusa a família Trump de ter manipulado "deliberadamente" as avaliações dos ativos do grupo para obter empréstimos mais vantajosos dos bancos ou reduzir seus impostos.
James reivindica 250 milhões de dólares em danos e prejuízos em nome do Estado, assim como a proibição para o ex-presidente e seus familiares de administrar empresas.
Por outro lado, um juiz rejeitou nesta sexta a petição de Trump para indeferir um processo por difamação e danos iniciado pela jornalista E. Jean Carroll, que afirma que Trump a estuprou na década de 1990, em Nova York. Ele nega a acusação, que classificou como "completa fraude".
arb/dax/db/ll/db/cjc/rpr/ic
© Agence France-Presse
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