Alemanha indicia cinco por planejar sequestrar ministro e depor governo
Cinco alemães de extrema direita, suspeitos de terem tentado orquestrar o sequestro do ministro da Saúde e derrubar o governo, foram indiciados por traição, anunciou o Ministério Público nesta segunda-feira (23).
O grupo, formado por quatro homens e uma mulher, foi criado há um ano com o objetivo de "criar, através da violência, as condições para uma guerra civil na Alemanha (...) e provocar a queda do governo e da democracia alemã", detalhou em nota o MP, encarregado de assuntos de terrorismo.
As cinco pessoas foram detidas entre abril e outubro do ano passado e enfrentam acusações que vão da fundação de um grupo terrorista nacional à preparação de um ato de traição e violação da lei sobre armas, segundo o MP.
Para executar seus planos, o grupo aceitou que poderia haver mortos e a mulher, Elisabeth R., influenciou a ideologia de seus membros, convencidos de que o Estado moderno alemão não é legítimo, acrescentou a fonte.
Em seu lugar, afirmavam que o império alemão do século XIX devia ser o sistema de governo do país e que era preciso restabelecer uma ordem autoritária.
O grupo tinha um "braço militar" e outro "administrativo" e teria preparado um plano em três etapas para derrubar o governo.
A primeira era a sabotagem das instalações elétricas para provocar um "apagão".
Em seguida, o grupo devia sequestrar o ministro da Saúde, Karl Lauterbach, após o assassinato de seu guarda-costas.
Finalmente, estas ações deviam criar as condições para uma "guerra civil" e a nomeação de um dirigente.
As crenças do grupo coincidem com as de outro movimento de extrema-direita, chamado "Reichsbürger" [Cidadãos do Reich] e que rejeita as instituições democráticas. O grupo atraiu um número crescente de seguidores.
Nos últimos anos, as autoridades alemãs têm classificado a violência da extrema-direita como a principal ameaça à ordem pública, acima do extremismo islâmico.
Em dezembro, a justiça anunciou ter frustrado os planos de outro grupo de extrema-direita, que planejava atacar as instituições democráticas, inclusive o Parlamento.
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