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Chile recebe ajuda internacional para combater incêndios

Fumaça sobe do incêndio florestal em Santa Juana, no Chile - Javier Torres/AFP
Fumaça sobe do incêndio florestal em Santa Juana, no Chile Imagem: Javier Torres/AFP

06/02/2023 17h22Atualizada em 06/02/2023 18h34

Brigadistas e especialistas internacionais começaram a se somar nesta segunda-feira aos trabalhos de combate aos quase 300 incêndios florestais que atingem a zona centro-sul do Chile e já deixaram 26 mortos, além de mais de 1.100 residências destruídas.

Enquanto centenas de pessoas atingidas em povoados agrícolas começam a se reerguer após perderem tudo, as chamas seguem ativas em várias regiões.

O fogo atingiu 270 mil hectares, no momento em que há um novo "alerta meteorológico", devido ao calor extremo nas regiões Maule e Ñuble.

Os incêndios, que ganharam força desde a última quinta-feira, já deixaram 26 mortos, 1.260 feridos, 3.000 desabrigados e 1.159 casas incendiadas, segundo o balanço divulgado hoje pelo Senapred (Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres).

Nas últimas horas, chegaram ao Chile vários aparelhos e especialistas em combate a incêndios, procedentes de Espanha, Argentina, México e Estados Unidos, país que enviou o maior avião-tanque disponível no mundo, com capacidade para 36.000 litros.

A dimensão do fogo, que queimou uma superfície maior do que Luxemburgo, fez com que a fumaça chegasse à capital do país.

"Em cinco dias, tivemos uma superfície queimada equivalente ao que costuma ser queimado em dois anos de incêndios", disse hoje a ministra do Interior, Carolina Tohá, advertindo que esse número pode aumentar.

O Chile enfrenta um verão com recordes de temperatura. Em pontos da pré-cordilheira andina, termômetros marcaram mais de 40ºC.

Da Espanha à Argentina

No momento em que o presidente Gabriel Boric e autoridades se mobilizam e recebem ajuda internacional, 280 incêndios seguem ativos, 69 deles combatidos por 5.600 bombeiros e brigadistas, tanto da Conaf (Corporação Nacional Florestal) quanto de empresas florestais.

Hoje deve entrar em ação o avião DC-10 Ten Tanker, aeronave americana com capacidade de lançar 36 mil litros de água do ar.

Na noite de ontem, um avião A330-200 chegou de Espanha transportando um contingente de 50 pessoas, entre as quais seis especialistas no combate a incêndios florestais, 38 militares do Batalhão de Intervenção em Emergências e uma equipe de seis pilotos de drones.

A Argentina se somou ao combate aos incêndios com 10 brigadistas e cinco caminhonetes com equipamento florestal. Também devem chegar mais meia centena de brigadistas e um helicóptero Chinook. Um contingente de 150 especialistas em extinção de incêndios florestais, entre militares e civis, chegou do México.

O presidente francês, Emmanuel Macron, expressou no Twitter solidariedade ao Chile. "Todos os meus pensamentos estão com as famílias das vítimas e os heróis que lutam frente às chamas", declarou, sem informar se irá enviar alguma ajuda específica.

Segundo a chancelaria chilena, Equador, Colômbia, Estados Unidos, Peru, Paraguai e Venezuela prometeram ajuda.

O presidente colombiano, Gustavo Petro, anunciou no Twitter o envio de um avião com material e especialistas em combate a incêndios florestais, e o governo de Portugal expressou hoje disponibilidade de enviar uma equipe de 140 efetivos.

"É emocionante ver como outros países, que têm seus próprios problemas e necessidades, destinam recursos para nos ajudar neste momento", disse a ministra Tohá, ao agradecer o apoio recebido nas comunidades afetadas.