Brasil deve demarcar 14 territórios indígenas em breve, diz Guajajara em NY
A ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sônia Guajajara, anunciou, nesta segunda-feira (17), em Nova York, a demarcação, ainda este ano, de 14 novos territórios indígenas, que somam 1,5 milhão de hectares, alguns deles na Amazônia.
Dos 14 processos em curso, 11 já estão concluídos e praticamente prontos para a sanção presidencial.
A ministra Guajajara disse aos jornalistas que espera que todos esses processos sejam concluídos ao longo deste ano. Alguns deles estavam esperando há cerca de 30 anos.
Os primeiros anúncios serão feitos no acampamento Terra Livre, que acontece entre os dias 24 e 28 de abril, detalhou Guajajara.
Trata-se da maior demarcação em dez anos no país e está repleta de simbolismo, depois da estagnação que a questão indígena sofreu durante o mandato do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro.
As novas demarcações vão se somar aos 430 territórios demarcados atualmente, mas a ministra minimizou a importância do número, já que os territórios variam de tamanho ou de região para região.
Durante o Fórum de Povos Indígenas da ONU em Nova York, Guajarara pediu que a "pauta indígena", que inclui a demarcação, a proteção e a segurança dos territórios indígenas, seja integrada ao debate global sobre a crise climática.
"Nunca mais um Brasil sem nós, nunca mais uma Nações Unidas sem nós, os povos indígenas", disse a ministra, que abriu as portas para que o Brasil possa sediar o próximo encontro global de povos indígenas, Alta+10, para "discutir e definir as nossas estratégias".
Em toda a região da Amazônia, que compartilham uma dezena de países da região, há 100 milhões de hectares de terras indígenas para demarcar, segundo o ministério.
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