Líder opositora venezuelana denuncia vandalismo e prisão de dois militantes

A opositora venezuelana María Corina Machado denunciou, nesta terça-feira (23), que sedes de seu partido foram vandalizadas por seguidores do chavismo e que dois de seus militantes foram presos, o que considerou uma violação a um acordo político com vistas às eleições presidenciais de 2024. 

Machado, que deseja ser candidata nas eleições presidenciais deste ano, apesar de estar politicamente impedida, mostrou nas redes sociais a sede de seu partido, Vente Venezuela, pichada com a frase "Força Bolivariana", que o presidente Nicolás Maduro lançou para combater "qualquer tentativa terrorista".

"O que está ocorrendo agora viola o acordo de Barbados, que fala sobre o desenvolvimento de uma campanha eleitoral pacífica e participativa e as garantias para que os candidatos possamos nos deslocar livremente pelo país", afirmou Machado, que arrasou nas primárias da principal aliança opositora venezuelana.

Ela se refere ao acordo que foi assinado pelo governo e pela oposição em uma mesa de negociações mediada pela Noruega, que inclui a realização de eleições no segundo semestre do ano com observação internacional.

"Quero dizer à comunidade internacional que aqui é preciso dar um basta, parar com essa loucura, porque isso é o que significa a fúria bolivariana: agressão, desaparecimentos, perseguição e, obviamente, reflete o medo de um regime em se medir", acrescentou Machado, inabilitada para exercer cargos públicos por 15 anos.

A líder liberal impugnou a sanção, que considerou ilegal, por meio de um mecanismo criado pelo governo sob pressão dos Estados Unidos, também protagonista no diálogo.

Ela denunciou, ainda, que dois de seus colaboradores, o coordenador do Vente Venezuela em La Guaira (norte), Juan José Freites, e o de Yaracuy (norte), Luis Camacaro estão "sequestrados, desaparecidos", possivelmente detidos, e que outros dirigentes estão sendo "perseguidos".

Um evento de Machado pelo 66º aniversário da queda da ditadura militar de Marcos Pérez Jiménez, que também serviria para apresentar uma aliança em torno de sua candidatura, foi deslocado por uma marcha chavista pela mesma efeméride.

A mobilização chavista passou pela área onde Machado havia convocado e terminou no centro de Caracas com um discurso de Maduro.

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A alguns quarteirões da praça onde estava previsto seu discurso, Machado exigiu diante de centenas de seguidores que a autoridade eleitoral defina a data das presidenciais: "Deixem o medo (de lado), marquem a data e vamos nos enfrentar como deve ser".

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© Agence France-Presse

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