Presidente lança comissão para 'livrar' Guatemala da corrupção

Seis semanas após assumir o cargo, o presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, apresentou, nesta quarta-feira (28), a comissão que irá trabalhar para "livrar" o país da corrupção, sua principal promessa de campanha.

"Quando assumimos o desafio de governar este país o fizemos sabendo que nossa prioridade número um é eliminar o fluxo de recursos públicos para os corruptos", disse o social-democrata, durante ato no Palácio Nacional da capital.

A Comissão Nacional contra a Corrupção é formada por seis funcionários do governo e seis membros de grupos da sociedade civil, povos indígenas e do setor privado, que irão trabalhar para identificar e desarticular "os padrões" de corrupção. A comissão também irá elaborar propostas de reformas institucionais e legais e poderá denunciar atos irregulares em entidades públicas.

"Temos que ser claros: antes deste governo, a corrupção havia sido a regra na vida política do país", declarou o diretor-executivo da comissão, Santiago Palomo.

A luta contra as elites político-econômicas corruptas foi a principal promessa de campanha de Arévalo em 2023. O presidente atribuiu a ela a perseguição do Ministério Público (MP), que chamou de tentativa de golpe de Estado e que colocou em risco a sua posse.

Palomo explicou que a comissão não irá investigar casos de corrupção, mas poderá fazer denúncias ao MP, dirigido por Consuelo Porras, considerada corrupta pelos Estados Unidos. Palomo disse na semana passada que não vê "um compromisso" contra a corrupção em Consuelo, que o presidente pediu que renunciasse, por não ter poderes para destituí-la.

A Guatemala ocupa o 154º lugar entre 180 países no ranking de corrupção da Transparência Internacional, e cerca de 60% dos seus 17,8 milhões de habitantes vivem na pobreza, uma das taxas mais altas da América Latina. 

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© Agence France-Presse

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