Economia brasileira cresceu 2,9% em 2023

A economia brasileira cresceu 2,9% em 2023, após um quarto trimestre de crescimento nulo, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (1º).

O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do país é ligeiramente inferior ao de 2022, quando expandiu 3%, segundo números revisados.

No acumulado do ano, o crescimento foi impulsionado principalmente pelo setor agropecuário (15,1%), pelo setor industrial (1,6%) e pelo setor de serviços (2,4%). 

O mercado apontava resultado positivo de 0,1% no último trimestre de 2023 e de 3% no ano, segundo projeções de cerca de 66 instituições financeiras e consultorias coletadas pelo jornal Valor Econômico.

As estimativas ficaram entre 2,6% e 3,4%. 

Os dados oficiais do quarto trimestre (0,0%) mostraram estagnação em relação aos três meses anteriores.

Para 2024, o mercado prevê um crescimento do PIB de 1,75%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central do Brasil (BCB) divulgada esta semana. 

Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, explicou que o aumento da produção agrícola incidiu fortemente no resultado "recorde" do setor, superando a queda de 2022 (-1,1%). 

"Esse comportamento foi puxado muito pelo crescimento de soja e milho, duas das mais importantes lavouras do Brasil, que tiveram produções recorde", afirmou em nota. 

Continua após a publicidade

As indústrias extrativistas também tiveram influência positiva no PIB em 2023. A atividade aumentou 8,7% devido ao aumento da exploração de petróleo e gás natural, assim como de minério de ferro.

- "Política muito promissora" -

Durante visita à Guiana, o presidente Lula comemorou na quinta-feira o bom desempenho econômico do país. 

"A economia brasileira está voltando a crescer, o emprego voltou a crescer (...) Estamos colhendo frutos de uma política muito promissora", disse Lula. 

O presidente também destacou a abertura de novos mercados para os produtos brasileiros e a melhoria da renda dos trabalhadores. 

"A nossa renda per capita está crescendo e 80% dos trabalhadores estão fazendo acordos com percentual acima da inflação", disse.

Continua após a publicidade

O índice de desemprego manteve-se estável no trimestre móvel de novembro a janeiro em relação ao anterior, em 7,6%, mas caiu em relação ao mesmo período do ano anterior (8,4%). 

O número é o menor para um trimestre encerrado em janeiro desde 2015. 

O salário médio dos trabalhadores subiu 3,8% em um ano, para 3.078 reais por mês.

- Efeito das taxas altas -

Muitos analistas atribuem o ligeiro crescimento ao nível das taxas de juros.

As taxas altas limitam a expansão econômica ao tornar o crédito mais caro, desencorajar o consumo e o investimento, ao mesmo tempo que reduzem as pressões sobre os preços. 

Continua após a publicidade

Desde que voltou ao poder em janeiro do ano passado, Lula tem pressionado pela redução das taxas para impulsionar o crescimento econômico. 

O BCB implementou cortes ininterruptos à Selic desde agosto do ano passado, a um ritmo constante de 0,5 ponto percentual.

A Selic ficou em 11,75% em dezembro. E este ano foi anunciado um novo corte de 0,5 ponto em janeiro, a 11,25%. 

A inflação projetada pelo mercado para 2024 é de 3,8%, segundo a pesquisa Focus, um nível que supera a meta oficial de 3%, mas está dentro do objetivo (+/- 1,5 ponto percentual).

O indicador oficial de preços varejistas moderou-se no ano passado e encerrou em 4,51% ao ano, segundo dados do IBGE. Em janeiro deste ano, situava-se em 0,42%.

mls-ll/mel/aa/yr

Continua após a publicidade

© Agence France-Presse

Deixe seu comentário

Só para assinantes