Juíza do caso de documentos confidenciais de Trump sugere que adiará julgamento

Um tribunal federal da Flórida revisou, nesta sexta-feira (1º), o cronograma do julgamento contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, no caso de má gestão de documentos confidenciais, cujo início provavelmente será adiado vários meses em relação à data prevista de 20 de maio.

Durante a audiência, à qual Trump compareceu, seus advogados argumentaram que o julgamento não deveria ocorrer até depois das eleições de novembro, nas quais o ex-presidente será, salvo surpresa, o candidato dos republicanos.

A defesa indicou que o processo poderia começar em 12 de agosto, se a juíza Aileen Cannon insistisse em uma data.

O procurador especial do caso, Jack Smith, propôs iniciar o julgamento em 8 de julho, mas Cannon considerou "pouco realista" essa possibilidade, levando em conta as numerosas petições apresentadas por ambas as partes.

A audiência realizada em Fort Pierce, no sudeste da Flórida, terminou sem que a juíza estabelecesse uma nova data.

No ano passado, o ex-presidente (2017-2021) se declarou inocente de reter ilegalmente documentos classificados em sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida, de obstruir os esforços do FBI para recuperá-los e de dar falso testemunho.

Sua equipe jurídica está tentando adiar os casos contra ele até depois das eleições de novembro, onde, salvo surpresa, será o candidato dos republicanos.

Até agora, ele conseguiu adiar o início do outro julgamento federal que enfrenta - o de sua suposta tentativa de alterar o resultado das eleições de 2020 - ao conseguir que a Suprema Corte aceitasse estudar se ele tem ou não imunidade por crimes cometidos quando ainda era presidente.

Trump apresentou um pedido semelhante de imunidade presidencial perante Cannon, o que poderia levar a juíza a bloquear o caso dos documentos, aguardando uma decisão do alto tribunal.

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A Suprema Corte definiu a semana de 22 de abril para debater essa questão, e espera-se que emita uma decisão antes do final de junho.

- Decisão iminente na Geórgia -

Trump também enfrenta acusações em nível estadual. Na Geórgia, ele foi acusado de interferência eleitoral em 2020. E está previsto que vá a julgamento em Nova York, em 25 de março, por falsificar registros comerciais através de um pagamento a uma estrela pornô para comprar seu silêncio sobre uma suposta aventura.

Um juiz da Geórgia ouviu os argumentos finais nesta sexta-feira dos advogados de Trump e outros acusados que querem desqualificar a promotora do caso de interferência eleitoral.

As acusações de má conduta contra a promotora Fani Willis têm ameaçado atrasar o caso da Geórgia ou sabotá-lo completamente.

Trump e seus coacusados pediram ao juiz do Tribunal Superior do condado de Fulton, Scott McAfee, que desqualifique Willis após as revelações de que ela teve um relacionamento amoroso com o homem que contratou para trabalhar como promotor especial no caso, Nathan Wade.

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Sob juramento, Willis e Wade negaram que seu relacionamento tenha começado antes dela contratá-lo para trabalhar no caso de alto perfil em novembro de 2021.

McAfee, ao término da audiência desta sexta-feira, disse que emitiria sua decisão sobre desqualificar ou não Willis dentro de duas semanas.

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© Agence France-Presse

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