Estado Islâmico reivindica ataque a turistas no Afeganistão

O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou neste domingo a autoria do ataque a turistas que causou a morte de três espanhóis e três afegãos na cidade de Bamiyan, centro do Afeganistão.

O grupo jihadista anunciou em seus canais no aplicativo Telegram que "combatentes atiraram na última sexta-feira com metralhadoras contra turistas cristãos e seus acompanhantes xiitas" na localidade turística.

O grupo de turistas foi baleado em um mercado de Bamiyan, que fica a cerca de 180 km da capital afegã, Cabul.

O EI informou que atacou "um ônibus de turistas de países da coalizão", referindo-se à coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos para combater a organização jihadista no Oriente Médio.

"O ataque segue as diretrizes dos líderes do EI de atacar cidadãos dos países da coalizão onde quer que eles estejam", ressalta o comunicado. O governo talibã informou ontem que sete suspeitos foram presos.

O chanceler espanhol, José Manuel Albares, condenou o atentado. "A Espanha continuará trabalhando contra o terrorismo e na Coalizão contra o Daesh (como o EI também é conhecido). E também para que esses crimes não fiquem impunes", publicou no X.

Albares informou que os dois espanhóis que saíram ilesos do ataque já deixaram o Afeganistão, e que uma operação para repatriar as demais vítimas espanholas está em curso.

- Evolução favorável -

No grupo atacado na última sexta-feira havia 13 turistas de diferentes países, entre eles seis espanhóis. Os três cidadãos da Espanha que morreram eram da região da Catalunha, segundo autoridades.

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Uma espanhola de 82 anos que vive em Bilbao ficou gravemente ferida e foi levada para um hospital de Cabul administrado pela ONG italiana Emergency. "Ela evolui favoravelmente, mas seu prognóstico é reservado", informou hoje a chancelaria da Espanha.

Diplomatas espanhóis viajaram do Catar e Paquistão ao Afeganistão, onde trabalham para repatriar os corpos e oferecer assistência aos feridos.

Assim como outros países ocidentais, a Espanha esvaziou sua embaixada em 2021, após o retorno do Talibã ao poder. Autoridades espanholas trabalham em conjunto com a delegação da União Europeia em Cabul.

O turismo aumentou nos últimos anos no Afeganistão, após a melhora da segurança desde que o Talibã encerrou sua insurgência, após derrotar o governo apoiado pelos Estados Unidos. Segundo dados oficiais, o número de turistas estrangeiros cresceu 120% ao ano, para quase 5,2 mil no ano passado.

Os países ocidentais desaconselham viagens ao Afeganistão, um dos países mais pobres do mundo, devido, principalmente, ao risco de ataque ou sequestro.

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© Agence France-Presse

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