Especialistas e ativistas denunciam um G7 inútil na questão climática

O G7 não fez avanços significativos na área climática durante a cúpula na Itália, contentando-se em reiterar compromissos anteriores, lamentaram especialistas e ativistas nesta sexta-feira (14). 

"Os dirigentes do G7 poderiam ter ficado em casa. Não assumiram nenhum novo compromisso", declarou Friederike Roeder, vice-presidente do Global Citizen, depois do comunicado final do grupo das sete democracias mais ricas do mundo.

Os chefes de Estados e de governo, reunidos na região italiana da Apúlia, reafirmaram o compromisso assumido por seus ministros de Meio Ambiente, em abril, de eliminar progressivamente até 2035 as usinas elétricas movidas a carvão sem sistemas de captura de carbono, um passo importante para acabar com o uso de combustíveis fósseis.

Há margem de manobra, já que os países poderão seguir "um calendário compatível com a manutenção de um limite de aumento da temperatura de 1,5 grau Celsius, de acordo com as trajetórias de neutralidade de carbono". 

"Para se manter abaixo do 1,5 grau, o plano do G7 para abandonar o carbono é simplesmente insuficiente, muito tardio", disse Tracy Carty, especialista em política climática do Greenpeace. 

Juntos, os países do G7 representam 38% da economia mundial e são responsáveis por 21% das emissões de gases de efeito estufa, segundo dados de 2021 do Instituto de Análises do Clima. 

O G7, responsável por quase 30% da produção de combustíveis fósseis, "tem deixado a porta aberta para a continuação do investimento público em gás", afirmou Nicola Flamigni, especialista em questões climáticas no GSCC (Global Strategic Communications Council). 

Dezenas de ativistas climáticos realizaram uma manifestação perto do centro de imprensa do G7, em Bari, com camisetas estampadas com a imagem de uma oliveira em chamas, emergindo de um mar Mediterrâneo vermelho-fogo.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, cujo governo conservador votou contra o Pacto Verde Europeu, afirmou que as mudanças climáticas deveriam ser combatidas "sem uma abordagem ideológica", uma forma de sepultar o assunto. 

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© Agence France-Presse

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