Opositora Machado denuncia detenção de 37 ativistas durante campanha na Venezuela

A dirigente liberal María Corina Machado denunciou, nesta segunda-feira (17), que 37 ativistas sofreram "detenções arbitrárias" este ano em meio à campanha para as eleições de 28 de julho, nas quais o presidente Nicolás Maduro tentará um terceiro mandato consecutivo.

"O que estamos vivendo nestas horas na Venezuela é o regime criminalizando a via eleitoral, criminalizando a atividade eleitoral e a campanha, até agora este ano são 37 dirigentes e líderes políticos e sociais que foram detidos pela tirania", disse Machado à imprensa.

Deste total, dez estão vinculados diretamente ao comando de campanha de Machado. Outros seis estão "sob proteção na embaixada da Argentina", reforçou a opositora ao divulgar os nomes de 16 dos detidos.

A dirigente, de 54 anos, informou que nesta segunda foram detidos dois de seus colaboradores depois de saírem para comprar o almoço perto de seu comando de campanha, em Caracas.

"Hoje dois jovens que estavam trabalhando nesta sede nas atividades do comando de campanha foram comprar algo para almoçar aqui perto e foram interceptados, detidos e levados para El Helicoide", uma temida prisão do serviço de inteligência, em Caracas, que organizações de defesa dos direitos humanos qualificam como um "centro de torturas".

Gabriel González e Javier Cisneros "estão sendo vinculados a um expediente no qual são acusados de instigação ao ódio e associação para delinquir pelo simples fato de acompanhar nosso candidato, Edmundo González, em uma atividade em Vargas (estado de La Guaira)", acrescentou.

Machado, favorita nas pesquisas, mas inabilitada pela Controladoria, nomeou o diplomata Edmundo González Urrutia como seu substituto para enfrentar Maduro, que a acusa de incentivar sanções contra a Venezuela.

A oposição vem denunciando uma "perseguição política" contra seus dirigentes e militantes que incluiu, ainda, fechamentos e multas a hotéis e restaurantes que prestaram serviços a Machado e sua equipe.

Na sexta-feira, outros três opositores foram detidos de forma "arbitrária" após organizar uma atividade da qual González Urrutia participou em Maiquetía, La Guaira.

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O governo venezuelano, que até agora não tinha se pronunciado sobre as detenções, acusa a oposição de tramar supostos planos conspiratórios contra Maduro, cujas aparições se multiplicaram na TV estatal antes das eleições.

Até 13 de junho, a ONG Fórum Penal tinha 278 "presos políticos" na Venezuela.

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© Agence France-Presse

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