Tiros contra Trump surpreendem antes de Convenção Republicana, que reforça seu apoio

Enquanto aguardavam sua chegada a Milwaukee para coroá-lo como candidato presidencial, os apoiadores de Donald Trump souberam pela televisão e pelas redes sociais que seu herói sobreviveu a uma tentativa de assassinato com o punho levantado. 

Agora o apoiam com ainda mais força. Cerca de 50 mil pessoas se reunirão esta semana na maior cidade de Wisconsin (norte) para a Convenção Nacional Republicana. Várias ruas de seu entorno estão fechadas e vigiadas. 

Enquanto a organização finalizava os detalhes,  palcos e assentos, chegou a notícia de que Trump foi ferido na orelha por um atirador durante um comício na Pensilvânia e foi evacuado com segurança. 

"Acabamos de atingir outro nível em termos de nosso apoio a Trump. Eles falaram sobre um tiro que foi ouvido em todo o mundo. Quem quer que tenha feito isso, seja qual for a facção... agora haverá mais pessoas que apoiarão o presidente Trump", diz Michelle Altherr, delegada do Arizona. 

O apoio dos seus partidários é cego, independentemente de ter sido condenado pela Justiça e ter vários julgamentos pendentes. 

Philip Fredericks, que usa um boné vermelho com o nome de Trump, soube da notícia ao descer do avião. "Liguei meu telefone e não pude acreditar", disse o republicano de Nova Jersey.

Em uma esquina, Amari McCullum, um morador de Milwaukee de 23 anos que não tem nada a ver com a convenção, soube do evento enquanto navegava pelas redes sociais em seu celular em um ponto de ônibus próximo ao centro de convenções. 

"É uma loucura que algo assim possa acontecer com o ex-presidente dos Estados Unidos. Eles precisam de mais proteção. Não faz sentido", diz ele.

- "Ele virá" -

Fredericks acredita em Trump como alguém que acredita no seu messias e não tem dúvidas de que o ex-presidente irá para Wisconsin apesar do que aconteceu. 

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"Ele não é do tipo que se esconde em um canto. Com certeza estará aqui esta semana", acrescenta. 

Ele está fascinado pela forma como o septuagenário, que deverá enfrentar o presidente Joe Biden em novembro, ficou com o punho erguido logo após a tentativa de assassinato.

Em Milwaukee está tudo pronto para a Convenção Republicana, que começa segunda-feira. 

O nome "Trump" aparece em grandes outdoors iluminados. O pessoal do serviço secreto assume suas posições. Os hotéis estão cheios de visitantes.

-Protegido por anjos-

"Graças a Deus há anjos protegendo este homem, porque ele será presidente em 2025, será eleito em novembro", considera Altherr. 

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"Tudo o que posso dizer é que, graças a Deus, houve um vento" que pode ter mudado o tiro, disse Dave Simone, outro apoiador de Trump. 

Do lado político oposto, Andzu viajou a Milwaukee para manifestar-se contra Trump. 

Ele se diz "chocado" com a tentativa de assassinato do candidato e teme que o acontecimento seja usado a seu favor.

"Isso não muda o fato de pessoas estarem morrendo, da América estar em colapso e o planeta morrendo", explica o jovem de 29 anos. 

Há também os descrentes, como Terry, professor de 61 anos que também viajou para protestar contra o ex-presidente. "Trump mandou alguém atirar na orelha dele? Possivelmente, não sei", diz ele.

bur-mav/dga/jc

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© Agence France-Presse

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