Josias de Souza

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Opinião

Ameaçado, Moraes levou STF e TSE ao submundo policialesco

Segurança de magistrado é coisa séria. No limite, as garantias à integridade física do juiz tornam mais íntegras as decisões judiciais. No Supremo, a proteção deve ser suprema. Afora a possibilidade de acionar a Polícia Federal e as policiais estaduais, a Corte dispõe de sua própria Secretaria de Segurança. Alvo da fúria bolsonarista, Alexandre de Moraes achou pouco.

Mensagens trocadas via WhatsApp revelam que, durante a campanha presidencial de 2022, subordinados de Moraes foram buscar proteção para o ministro e seus familiares numa excusão por um submundo policialesco. Levaram junto o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral.

Lotado no gabinete de Moraes no STF, o policial militar Wellington Macedo encaminhou ao chefe do setor de combate à desinformação do TSE, Eduardo Tagliaferro, requisições típicas de delegacia de polícia. Coisas como a suspeita de vazamentos de dados pessoais e a identificação de autores de ameaças ao ministros e seus familiares.

Tagliaferro, o assessor do TSE, fez revelações intrigantes a Macedo, o PM do STF. No escurinho do WhatsApp, contou que, para atender às requisições de Moraes, pecorreu os "sistemas policiais e de identificação do Estado de São Paulo". Consultou o banco de dados do Detran. Usou senhas de acesso do sistema da Segurança Pública paulista. Coisa obtida com um policial amigo.

Tanta intimidade levou a Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo a abrir investigação para apurar o vazamento de dados protegidos para o staff de Moraes. Quer dizer: o gabinete do relator-geral das criminalidades de Bolsonaro e seus cúmplices tornou-se, por assim dizer, um caso de polícia.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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