Ministério palestino classifica ataque a povoado da Cisjordânia como "terrorismo de Estado organizado"

O Ministério palestino das Relações Exteriores se manifestou nesta sexta-feira (16) classificando de "terrorismo de Estado organizado" um ataque de colonos judeus contra uma localidade palestina da Cisjordânia ocupada.

O ataque aconteceu na noite de quinta-feira (15) em Jit, uma localidade do norte do território palestino, deixando um morto "pelos tiros dos colonos" e uma pessoa gravemente ferida, segundo o Ministério da Saúde da Palestina.

Muitas autoridades de Israel condenaram o ocorrido. Entre eles, o presidente israelense, Isaac Herzog, que qualificou os atos como "pogrom", termo de origem russa que se refere a um tipo de perseguição contra uma comunidade por motivos religiosos ou étnicos.

"Condeno firmemente o pogrom desta noite em Samaria", escreveu Herzog na rede X (antigo Twitter), usando o nome da província bíblica que corresponde ao norte da Cisjordânia, um território ocupado por Israel desde 1967.

Ele acredita que se trata de "uma minoria extremista que prejudica a população de colonos respeitosa à lei, à colonização em seu conjunto e a Israel no mundo".

Ataque com pedras e molotov

Segundo o Ministério da Saúde palestino, um homem de 23 anos morreu atingido "pelas balas dos colonos" no ataque em Jit, povoado localizado entre as cidades de Nablus e Qalqilya. Outro palestino foi gravemente ferido com um tiro no peito, acrescentou o ministério.

"Colonos armados atacaram o povoado de Jit, incendiando muitos veículos", reportou a agência oficial palestina Wafa.

Questionado pela AFP, um porta-voz do Exército israelense disse que, por volta das 20h local (14h de Brasília), "dezenas de civis israelenses, alguns encapuzados, entraram em (...) Jit, incendiaram veículos e infraestruturas na região, e atiraram pedras e coquetéis molotov".

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Enviados ao local, soldados e membros da polícia fronteiriça "evacuaram os civis israelenses da cidade", acrescentou o porta-voz, que informou a detenção de um dos colonos.

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O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também assinalou que "recebe com gravidade os distúrbios que ocorreram à noite no povoado de Jit" e disse que "os responsáveis por qualquer ato criminoso serão detidos e perseguidos pela Justiça".

Desde o início da guerra em Gaza, após o ataque do Hamas em 7 de outubro, a violência explodiu na Cisjordânia, onde pelo menos 633 palestinos foram assassinados por soldados e colonos israelenses e pelo menos 18 israelenses morreram em ataques palestinos ou em operações do Exército de Israel neste território, segundo dados de ambos os lados.

(Com AFP)

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