OEA denuncia a 'manipulação mais aberrante' nas eleições presidenciais da Venezuela

A Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciou, nesta terça-feira (30), que as eleições presidenciais de domingo na Venezuela, nas quais o presidente Nicolás Maduro foi declarado vencedor, sofreram "a mais aberrante manipulação", em um comunicado do gabinete do seu secretário-geral, Luis Almagro. 

"Ao longo de todo este processo eleitoral vimos a aplicação pelo regime venezuelano do seu esquema repressivo complementado por ações destinadas a distorcer completamente o resultado eleitoral, colocando esse resultado à disposição da manipulação mais aberrante", afirma o texto.

Após horas de incerteza no domingo, o Conselho Nacional Eleitoral venezuelano (CNE), de linha governista, concedeu oficialmente a vitória a Maduro com 51,2% dos votos contra 44,2% para o principal candidato da oposição, Edmundo González.

Mas tanto a oposição, liderada por María Corina Machado, como grande parte da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, a União Europeia, o Brasil e a Colômbia, lançam dúvidas sobre os resultados que dão a Maduro o seu terceiro mandato consecutivo de seis anos. 

Machado garantiu na segunda-feira que tinha em sua posse cópias de 73% das atas de voto e projetou uma vitória de González com 6,27 milhões de votos contra 2,75 milhões de Maduro. 

O gabinete de Almagro garantiu que o fato de a oposição ter apresentado a ata e o governo não "seria ridículo e patético se não fosse trágico".

"Neste contexto, é imperativo saber sobre a aceitação por parte de Maduro das atas mantidas pela oposição", bem como que ele aceite "a sua derrota eleitoral", afirma o comunicado.

"Caso contrário, seria necessário realizar novas eleições, mas neste caso com a presença das missões de observação eleitoral da União Europeia e da OEA e uma nova CNE para que seja reduzida a margem de irregularidade institucional que assolou este processo", disse.

O Conselho Permanente da OEA convocou uma reunião extraordinária para quarta-feira para "abordar os resultados do processo eleitoral" na Venezuela.

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© Agence France-Presse

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