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Empresa suíça usa cápsula de suicídio sem autorização e pessoas são detidas

Cápsula de suicídio assistido Sarco, durante uma coletiva de imprensa organizada pela "Last Resort", uma associação suíça sem fins lucrativos de direitos humanos focada no suicídio assistido, em Zurique, em 17 de julho de 2024 Imagem: ARND WIEGMANN/AFP

24/09/2024 09h06Atualizada em 24/09/2024 10h32

Várias pessoas foram detidas na Suíça após o uso de uma cápsula de "assistência ao suicídio", uma espécie de sarcófago que permite que uma pessoa tire a própria vida sem a ajuda de um médico, informou a polícia nesta terça-feira.

O aparelho se apresenta como uma pequena cabine onde a pessoa que deseja por um fim à sua vida deve se deitar e responder a uma série de perguntas para confirmar que compreende o que está fazendo antes de pressionar um botão que libera nitrogênio.

A pessoa perde a consciência após alguns segundos e morre em questão de minutos, segundo a associação que promove o uso da cápsula.

Imagem: ARND WIEGMANN/AFP

O Ministério Público de um pequeno cantão no norte da Suíça, perto da fronteira com a Alemanha, foi informado na segunda-feira por um escritório de advocacia que "um suicídio assistido com o uso da cápsula Sarco havia ocorrido à tarde", segundo um um comunicado.

"O Ministério Público do cantão de Schaffhausen abriu um processo criminal contra várias pessoas por incitação e assistência ao suicídio, e várias pessoas foram detidas", informa a nota.

De acordo com a imprensa suíça, esta foi a primeira vez que o dispositivo, chamado de "sarco", de sarcófago, foi usado. "A cápsula de suicídio foi confiscada e (o corpo do) falecido foi levado para uma autópsia", indicou a polícia cantonal.

Em julho, os promotores do dispositivo o apresentaram e expressaram o desejo de realizar o primeiro uso na Suíça, o que causou grande comoção, pois o suicídio assistido é permitido no país, mas com a supervisão de um médico.

No entanto, a associação anunciou no final de julho que a pessoa que seria a primeira a utilizar a cápsula, uma mulher americana na casa dos 50 anos, foi excluída devido à deterioração de seu estado mental.

Na segunda-feira, a ministra do Interior da Suíça, Elisabeth Baume Schneider, disse durante uma sessão de perguntas na Câmara dos Deputados que a "cápsula de suicídio não está em conformidade com a lei".

Em primeiro lugar, não cumpre "com os requisitos de segurança dos produtos". Além disso, o uso de nitrogênio dentro dessa cápsula "não é compatível" com o propósito da lei sobre produtos químicos, explicou a ministra.

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