Trump nomeia chefe de gabinete e afirma que está pronto para conversar com Putin

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, fez a sua primeira nomeação importante na quinta-feira, ao escolher uma mulher, Susie Wiles, para o cargo estratégico de chefe de gabinete.

O republicano também disse que planeja conversar em breve com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. 

A arquiteta da campanha do republicano, Susie Wiles, de 67 anos, será a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de gabinete, como destacou o futuro 47º presidente dos Estados Unidos.

"Susie é dura, inteligente, inovadora, admirada e respeitada em todos os lados", declarou o republicano.

Algumas horas antes, o presidente Joe Biden se comprometeu com uma transferência de poder "pacífica e ordenada" com Trump, seu antecessor (2017-2021) e futuro sucessor na Casa Branca.

"Algo que espero que possamos fazer, independentemente de quem você votou, é nos vermos uns aos outros não como adversários, mas como concidadãos americanos", disse Biden em seu primeiro discurso após a vitória do republicano nas eleições de terça-feira.

Biden, que este mês participará da reunião de cúpula do G20 no Brasil e da reunião da Apec (Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico) no Peru, com uma escala na floresta amazônica, encerra 50 anos de vida política com uma derrota marcante.

Existe o risco de que as ações de sua administração, em particular nas áreas diplomáticas e de meio ambiente, sejam destruídas por seu sucessor.

- "Retomar contato" -

"Acredito que vamos falar com Putin", declarou Trump ao canal NBC, enquanto Biden, principal apoiador da Ucrânia após a invasão das tropas de Moscou, cortou laços com seu homólogo russo.

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O presidente da Rússia declarou que está "disposto a retomar os contatos" com Trump, que assumirá o cargo em 20 de janeiro.

Biden, 81 anos, desistiu da tentativa de reeleição em julho e a candidatura democrata foi assumida por sua vice-presidente, Kamala Harris. 

Alguns democratas acusam o atual presidente de ter permitido o retorno esmagador de Donald Trump, apesar de ser apresentado como uma ameaça à democracia, ao apegar-se durante muito tempo a uma candidatura sem futuro. 

A porta-voz de Biden, Karine Jean-Pierre, pressionada com perguntas sobre possíveis arrependimentos, respondeu na quinta-feira que deixa as análises para os "especialistas" e insistiu que o presidente estava "orgulhoso" de sua trajetória política. 

Ela opinou que Kamala Harris foi vítima de uma tendência "global" de derrota nas urnas daqueles que estão no poder uma vez que a pandemia de covid-19 foi ficando para trás.

- Trump, "impaciente" -

Biden convidou Donald Trump para uma visita à Casa Branca em uma data não determinada como preparação para a próxima administração, na qual figuras como o empresário Elon Musk e Robert F. Kennedy (RFK) Jr. podem ter papéis importantes.

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Trump, que nunca reconheceu sua derrota em 2020 e que não compareceu à cerimônia de posse de Biden, está ansioso pela reunião na Casa Branca, segundo sua equipe. 

O magnata do setor imobiliário, alvo de duas tentativas de assassinato durante a campanha, indiciado e condenado por acusações criminais e civis, tem 74 dias para montar sua equipe de governo.

Seu primeiro mandato foi marcado por uma renovação constante de seu gabinete e pela substituição de vários conselheiros que caíram em desgraça.

RFK Jr, sobrinho do presidente democrata assassinado e ex-candidato independente alinhado com Donald Trump, pode assumir um cargo com responsabilidades na área de saúde pública.

Grande crítico das vacinas, Kennedy disse ao canal NBC na quinta-feira que "não tiraria as vacinas de ninguém", mas considera que os americanos deveriam poder "decidir por si mesmos" se devem ser imunizados ou não.

Outra figura importante do futuro governo pode ser o bilionário Elon Musk, que teve papel importante na campanha de Trump. 

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O presidente eleito poderia atribuir ao homem mais rico do mundo a missão de reorganizar radicalmente a administração federal.

- Plenos poderes -

Depois de deixar o governo em um cenário de caos em janeiro de 2021, Trump, 78 anos, protagonizou um retorno incrível ao convencer a maioria dos eleitores de que compreende suas preocupações socioeconômicas e de segurança.

Vencedor ou muito próximo do triunfo nos sete "estados-pêndulo", que foram decisivos nas eleições, incluindo Nevada, segundo a imprensa, o republicano prometeu aos americanos melhorar as suas vidas com cortes de impostos e aumento das tarifas de importação.

A China alertou que "não haverá vencedores em uma guerra comercial" com Washington.

O republicano prometeu ainda iniciar deportações em massa de imigrantes em situação irregular. Na quinta-feira, ele ratificou que "não há outra opção" no tema.

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Trump poderá contar com o apoio do Senado, Casa Legislativa em que os republicanos retomaram o controle dos democratas, e possivelmente da Câmara dos Representantes, onde o seu partido está próximo de conservar a maioria.

Isto significaria, contando com a maioria conservadora na Suprema Corte, poderes quase plenos para o republicano.

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© Agence France-Presse

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