Biden visita a Amazônia, a floresta que quase matou Theodore Roosevelt

Joe Biden se tornará neste domingo (17) o primeiro presidente em exercício dos Estados Unidos a visitar a Amazônia, um território que quase acabou com a vida de um de seus antecessores, Theodore Roosevelt, quando ele já havia deixado o poder.

Nas últimas semanas de seu mandato, o chefe de Estado de 81 anos visitará Manaus, a maior cidade amazônica do Brasil, para falar sobre o aquecimento global, um tema que seu sucessor e rival político, Donald Trump, considera uma "farsa".

Até agora evitada pelos presidentes americanos em suas viagens ao Brasil, a maior floresta tropical do mundo foi quase fatal para Roosevelt, presidente de 1901 a 1909 e conhecido por seu espírito aventureiro.

Quatro anos após deixar a Casa Branca, o 26º presidente dos Estados Unidos embarcou em uma expedição de quatro meses pelo território amazônico ao lado do explorador brasileiro Cândido Rondon.

Famoso por ser um grande conhecedor da floresta e defensor das comunidades indígenas, Rondon propôs que os dois seguissem pelo então chamado "Rio da Dúvida".

O afluente de 760 quilômetros nasce no estado de Rondônia, atravessa parte do Mato Grosso e continua até o Amazonas, do qual Manaus é capital e onde alimenta o leito do rio Aripuanã.

A odisseia não saiu como o esperado. Vários membros da expedição morreram e "Teddy", então com 55 anos, contraiu malária e uma infecção na perna, o que o incapacitou para a parte final da viagem.

"'T. R.' estava fora de si no final; Rondon o deu por morto várias vezes", disse seu bisneto Tweed Roosevelt em declarações ao jornal The New York Times em 1992.

A Expedição Roosevelt-Rondon "escapou do desastre" graças a um encontro com seringueiros na confluência do "Rio da Dúvida" com o Aripuanã, em 15 de abril de 1914, segundo a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.

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Mas a saúde do ex-presidente americano, que faleceu em 1919, nunca se recuperou completamente após a excursão pela floresta amazônica, crucial na luta contra o aquecimento global por sua capacidade de absorver CO2.

Em sua homenagem, o "Rio da Dúvida" passou a ser chamado "Rio Roosevelt".

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© Agence France-Presse