Maduro diz que opositor exilado comandava grupo criminoso na Venezuela

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira (18) que o opositor Leopoldo López dirigia a temida gangue Trem de Aragua a partir da Espanha, onde está exilado.

O chavismo governante já havia relacionado essa organização criminosa com a oposição depois dos protestos contra a contestada reeleição de Maduro em 28 de julho. Antes disso, as autoridades asseguravam que a gangue tinha sido desarticulada e que sua chegada a outros países era uma "ficção midiática".

"Sei que os Estados Unidos, os órgãos de inteligência, manobram como Leopoldo López [...] dirigia o Trem de Aragua da Espanha, dos Estados Unidos, para a Venezuela", disse Maduro em um ato oficial.

O líder chavista acrescentou que seus adversários "pretendiam utilizar o Trem de Aragua para a violência pós-eleitoral". "O FBI sabe o que estou dizendo", insistiu.

López está exilado na Espanha desde 2020, após passar anos na prisão. Vinculado à ala mais radical da oposição, o chavismo frequentemente o acusa de conspirar contra o governo Maduro.

O mandatário venezuelano assegurou em setembro que Héctor Rusthenford Guerrero, conhecido como "El Niño" Guerrero, chefe da gangue, era um agente americano e "dirigiu pessoalmente parte dos excessos e da violência criminosa de 29, 30 e 31 de julho", em referência às manifestações que deixaram 28 mortos, quase 200 feridos e mais de 2.400 prisões.

Muitos dos detidos acabaram na prisão de segurança máxima de Tocorón (Aragua, norte-leste), onde o Trem de Aragua operou por anos até que foi ocupada e desalojada pelas forças da ordem.

A gangue começou a aparecer com força há uns 10 anos. Com cerca de 5 mil integrantes, dedica-se a extorsão, pistolagem, narcotráfico, prostituição, tráfico de pessoas e até garimpo ilegal, embora também opere alguns negócios legais.

Estendeu seus tentáculos para outros países como Colômbia, Peru e Chile, e também aos Estados Unidos, onde as autoridades ofereceram recompensas milionárias por informação que leve à captura de seus líderes.

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© Agence France-Presse

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