Presidente de Angola indulta filho de dos Santos condenado por corrupção

O presidente de Angola, João Lourenço, perdoou cinquenta prisioneiros, incluindo o filho do ex-presidente José Eduardo dos Santos, que foi condenado a cinco anos de prisão por desvio de fundos, informou a presidência nesta quinta-feira (26).

O perdão faz parte das comemorações do 50º aniversário da independência do país no próximo ano e de seu espírito de "harmonia, clemência, indulgência, concórdia e fraternidade", de acordo com o decreto publicado nesta quinta-feira na página da presidência no Facebook.

Conhecido como "Zenu", José Filomeno dos Santos, 46 anos, teve sua condenação confirmada em julho pelo Tribunal Supremo de Luanda, meses depois de ter sido anulada por outro tribunal por motivos processuais.

Ele foi um dos primeiros membros da família dos Santos a ser processado como parte da campanha anticorrupção lançada por João Lourenço quando ele chegou ao poder em 2017.

Chefe do fundo soberano angolano entre 2013 e 2018, "Zenu" foi acusado, juntamente com outras três pessoas, de ter transferido ilegalmente US$ 500 milhões (3 bilhões de reais) do Banco Central para a conta em Londres de uma agência do Credit Suisse.

A fraude supostamente permitiu que eles desviassem até US$ 1,5 bilhão (9 bilhões de reais).

O ex-presidente José Eduardo dos Santos morreu em 2022. Junto com seus associados próximos, ele administrou a ex-colônia portuguesa, rica em hidrocarbonetos, sem oposição por 38 anos.

A família dos Santos denuncia regularmente o que considera ser uma "perseguição" política contra eles por parte do presidente Lourenço.

Em nome da luta contra a corrupção, o presidente Lourenço demitiu todos os colaboradores próximos que seu antecessor havia colocado à frente das instituições, empresas públicas e segurança do país.

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A filha mais velha de dos Santos, Isabel, que dirigia a empresa estatal de petróleo Sonangol, é acusada de desviar bilhões de dólares de empresas públicas.

Apelidada de "a princesa" e considerada a mulher mais rica da África pela revista Forbes, ela está sendo investigada em vários processos.

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© Agence France-Presse

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