Grandes marcas utilizam algodão de plantações na Índia que empregam crianças, denuncia ONG

Alguns dos fabricantes de roupas mais conhecidos do mundo, como a H&M e a Adidas, usam algodão produzido em campos na Índia que empregam crianças, acusou a ONG Transparentem nesta terça-feira (7).

A investigação de 2022-2023 da organização sediada em Nova York sobre as condições de trabalho nos campos de algodão no estado central de Madhya Pradesh revelou "o uso generalizado de trabalho infantil e trabalho ilegal de adolescentes".

A Transparentem disse que os "graves abusos" descobertos "parecem ser endêmicos na região".

Os investigadores também encontraram "evidências de trabalho forçado" e "condições de trabalho abusivas".

Por exemplo, muitos funcionários são forçados a trabalhar para pagar dívidas enquanto as taxas de juros continuam a subir, disse a Transparentem.

A lei do país mais populoso do mundo proíbe o emprego de crianças menores de 14 anos em quase todos os setores de atividade.

Ela também proíbe qualquer trabalho considerado perigoso para adolescentes entre 14 e 18 anos.

Porém, devido à pobreza e à tolerância das autoridades, as ONGs estimam que 10 milhões de crianças entre 5 e 14 anos ainda são forçadas a trabalhar na Índia, principalmente no setor agrícola.

De acordo com a Transparentem, os produtores sob investigação abastecem três empresas indianas, que depois vendem seus produtos à base de algodão para grupos como Adidas, H&M, Amazon e Gap.

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Quando contatadas pela organização, as três empresas indianas e os cerca de 60 grupos que fornecem disseram que estavam envolvidos em iniciativas para promover o algodão "ético".

A maioria delas "começou a trabalhar em conjunto para encontrar soluções", disse a Transparentem.

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© Agence France-Presse

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