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Operação Análogos desmonta quadrilha que fraudava carteira de habilitação

24/02/2016 13h25

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou hoje (24) a Operação Análogos - organização criminosa que fraudava o processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação - (CNH). Foram cumpridos 10 mandados de prisão, 12 pessoas foram conduzidas  e também foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão. 

As investigações feitas nos últimos 10 meses, tiveram início por meio de um examinador do Departamento Nacional de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF)  que desconfiou da identificação de um candidato. A quadrilha abordava candidatos reprovados nas provas teóricas e práticas do Detran nas proximidades de clínicas, autoescolas e locais de exames em Taguatinga e Ceilândia. 

Segundo o coordenador de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes, delegado Jeferson Lisboa, as investigações continuam para verificar, também, se há o envolvimento de servidores do Detran. "Não descartamos a participação de servidores, todas as hipóteses devem ser consideradas pela polícia, todos os fatos  serão investigados. Hoje foi apenas uma fase para estancar o problema, sanamos o problema de habilitação ideologicamente falsa", disse.

O delegado explicou como a quadrilha fazia a abordagem. "Algumas pessoas ficavam próximas à locais dos exames de direção, verificando os reprovados, e ofereciam para que as pessoas tirassem a habilitação sem fazer a prova. Eles tinham um banco de dados onde selecionavam pessoas que iam fazer a prova no lugar do candidato", contou Lisboa. 

O diretor-geral do Detran-DF, Jayme Amorim, informou que, até o segundo semestre de 2016, todos os carros de autoescolas e os exames terão controle biométrico para identificação de candidatos. "O Detran tem feito o procedimento de monitoramento das aulas e a implantação de biometria desde o ano passado. Com isso, teremos o controle das aulas práticas, controle biométrico dos candidatos ao processo de habilitação, bem como também o controle durante os testes de direção", explicou. 

A quadrilha responderá pelos crimes de organização criminosa e falsidade ideológica que somam de 11 a 12 anos de reclusão. As pessoas que compraram a CNH responderão pelo crime de falsidade ideológica e terão as carteiras canceladas conforme o Código de Trânsito.