Brasilianas.org debate permanência do PMDB na base aliada
Um dos assuntos políticos de maior importância nesta semana, a decisão do PMDB de manter o apoio à base aliada do governo, é um dos temas da edição de hoje (28) do programa Brasilianas.org, apresentado pelo jornalista Luís Nassif, que vai ao ar todas as segundas-feiras, às 23 horas, na TV Brasil. O programa de hoje também aborda o futuro da política e da economia do país, diante de eventuais mudanças na composição político-partidária do Congresso Nacional, e as medidas que ainda podem ser tomadas para barrar o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
A posição do PMDB deve ser tomada amanhã (29), em reunião do Diretório Nacional do partido, em Brasília e, caso o partido deixe a base de apoio, haverá um prazo para que os ministros e demais peemedebistas ocupantes de cargos no governo deixem os postos. Com a expectativa de buscar uma convergência em torno dos caminhos a serem tomados pela legenda, o vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, chegou a cancelar uma viagem que faria a Portugal.
"O que está sendo mais acertado é o desembarque mais gradual [do PMDB] em que os ministros vão sair aos poucos", disse um dos debatedores do programa, Tales Faria, que é colunista do portal Fato Online. Para ele, diante de um cenário de ruptura com o PMDB, resta ao Palácio do Planalto a estratégia de conquistar, isoladamente, os 172 votos necessários contra o impeachment.
Para Tales Faria, neste momento, é muito importante o papel desempenhado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como articulador do governo. "Vamos ver como é que o Supremo Tribunal Federal vai se portar", disse ao se referir à indefinição da posse de Lula como ministro na Casa Civil. Para Farias, a participação do ex-presidente no governo de Dilma ajudaria no diálogo com parlamentares.
O papel do Judiciário no atual contexto político foi lembrado pelo presidente do Conselho da Associação Juízes para a Democracia, André Augusto Bezerra. "O Judiciário tem de ficar atento para que o clamor das ruas não venha tirar o seu papel de ser também o defensor das minorias, dos direitos conquistados no processo de redemocratização", disse Augusto.
Economia
Para o economista Antonio Corrêa de Lacerda, uma eventual saída de Dilma Rousseff da presidência não resolveria a crise econômica. Para ele, que coordena o Programa de Estudos de Pós-graduação em Economia Política da PUC-SP, as adversidades que o Brasil enfrenta atualmente, como retração e custo do crédito, além da queda de produção vão continuar.
Correia de Lacerda defendeu a necessidade de o país seguir com políticas de combate às desigualdades sociais, pois a visão de que reduzir investimentos na área social traria melhores condições econômicas é "simplista".
Na análise do cientista político e professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP), Wagner Iglecias, caso a presidenta Dilma se mantenha no comando da nação, ela deverá ser muito cobrada para mudar a agenda econômica por parte dos movimentos sociais que estão vivendo "um momento paradoxal".
Para Iglecias, de um lado os movimentos defendem a legitimidade da permanência da presidenta no cargo, mas por outro também querem o atendimento das reivindicações de classes menos favorecidas. O conteúdo do programa Brasilianas.org pode ser acessado pelo site da TV Brasil.
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