Professores e estudantes se manifestam em frente à sede da Secretaria Estadual de Educação do Rio, onde protestam contra violência da PM nas ocupaçõesTomaz Silva/Agência Brasil Um protesto de professores em greve e alunos deixou totalmente pichados e manchados de vermelho o muro e a fachada da Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) do Rio de Janeiro, no bairro Santo Cristo, zona portuária. O motivo da manifestação, na tarde desta terça-feira (24), foi a repressão, na madrugada de sábado (21), a alunos que ocupavam a secretaria e que foram retirados à força pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar. O protesto ocorreu após a assembleia de professores, que decidiu pela manutenção da greve, que chega a três meses. Integrante da diretoria do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), Ricardo Pereira, esclareceu o motivo do ato. "Fizemos uma manifestação de repúdio, porque os estudantes, na madrugada de sexta-feira para sábado, foram agredidos de forma violenta pelo Batalhão de Choque, a mando do secretário estadual de Educação [Wagner Victer] e do governo estadual, em uma situação de truculência que a gente não tinha visto há muito tempo, porque a desproporção numérica era grande. Bastava eles terem retirado os estudantes no braço, mas fizeram questão de usar cassetete e gás de pimenta."
Autotutela Em nota, a secretaria justificou a retirada forçada dos estudantes no sábado. "O governo do estado adotou o mecanismo da "autotutela", previsto no parágrafo primeiro do artigo 1210 do Código Civil, visando preservar a posse dos bens públicos. Com isso, foi definida a autoexecutoriedade da reintegração diante do risco ao patrimônio público e à segurança dos funcionários da secretaria que ainda estavam no prédio, além da preservação da capacidade de e execução do atendimento às demandas colocadas pelos próprios ocupantes." No protesto de hoje não houve repressão da PM, que se limitou a cercar o prédio, impedindo a invasão do imóvel. Os estudantes ainda queimaram uma pilha de provas na frente da secretaria, em protesto contra a aplicação do Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Saerj), um teste feito pelos alunos para avaliar a qualidade do ensino nas escolas. Os alunos alegam que o Saerj não leva em consideração as particularidades de cada escola.
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