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No Rio, funcionários da Cedae fazem greve contra privatização da empresa

9.fev.2017 - Servidores protestam em frente à Alerj contra a venda da Cedae desde o início do mês - Gabriel de Paiva / Agência O Globo
9.fev.2017 - Servidores protestam em frente à Alerj contra a venda da Cedae desde o início do mês Imagem: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

Vitor Abdala

Da Agência Brasil, no Rio

20/02/2017 10h31Atualizada em 20/02/2017 11h34

Os funcionários da Cedae iniciaram nesta segunda-feira (20) uma greve que deve ser mantida durante o tempo em que a privatização da estadual for discutida na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). A empresa é responsável pelo abastecimento de água na maior parte dos municípios fluminenses.

O projeto de lei 2.345/17, que autoriza a venda de ações da empresa estadual, começa a ser votado na manhã de hoje. A privatização da companhia de abastecimento e tratamento de esgotos foi uma exigência da União para que um empréstimo federal de R$ 3,5 bilhões seja concedido ao governo fluminense.

A votação deve se estender até a próxima quinta-feira (23). Nos quatro dias de discussões, serão discutidas e votadas 211 emendas ao projeto.

A matéria pode ser aprovada com votos favoráveis da maioria simples dos deputados, ou seja, metade mais um voto dos parlamentares presentes na sessão. Ao todo, são 70 deputados estaduais na Assembleia do Rio.

Depois disso, os deputados autores de emendas não incluídas poderão fazer requerimentos de destaque para a votação em separado de suas propostas.

O projeto que autoriza a venda da Cedae tem gerado polêmica entre parlamentares e servidores e provocado intensas manifestações.

O plano de recuperação fiscal do Estado, elaborado junto com o Ministério da Fazenda, prevê a suspensão do pagamento da dívida do Rio com o governo federal, entre outras medidas que, segundo o governo, representarão impacto de R$ 62 bilhões nos cofres do Estado em três anos.

A segurança foi reforçada no entorno do Palácio Tiradentes, sede da Alerj. O local foi alvo de seguidas manifestações violentas entre servidores e policiais militares, do Batalhão de Choque e agentes da Força Nacional.

O entorno do Palácio está cercado por grades e tem a entrada restrita a funcionários e convidados devidamente credenciados.