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Ônibus passam a circular com escola policial após ataques em Fortaleza

Edwirges Nogueira - Correspondente da Agência Brasil

20/04/2017 21h47

Dezesseis pessoas foram detidas até a noite desta quinta-feira (20) por suspeita de participação nos ataques a ônibus em Fortaleza. Entre o fim da noite de ontem (19) e ao longo do dia de hoje, a polícia prendeu 10 pessoas. No fim da tarde, o Sindicato das Empresas do Transporte de Passageiros do Ceará (Sindiônibus), a Secretaria da Segurança e Defesa Social (SSPDS) e a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) anunciaram que as linhas de ônibus passarão a trafegar em comboio sob escolta policial. Em uma das ocorrências de hoje, os militares encontraram munições e um galão de combustível com dois suspeitos dentro de um carro. Outras três pessoas também foram encontradas com combustível e confessaram a intenção de atear fogo em um ônibus. Hoje pela manhã, mesmo com a operação especial anunciada SSPDS, cinco coletivos foram incendiados, com perda total. Um cobrador, que é deficiente físico, sofreu queimaduras de terceiro grau em 90% do corpo e está internado em estado grave no Instituto Dr. José Frota (IJF). Além da escolta policial anunciada hoje, há também viaturas da guarda municipal de Fortaleza e da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) apoiando as atividades nos terminais de integração de ônibus. Balanço Desde a tarde de ontem até o último balanço divulgado hoje, o número total de ônibus que foram alvos de incêndios criminosos chegou a 21. Dezenove eram de linhas regulares da capital e região metropolitana, um era fretado e outro era de transporte escolar. Além dos veículos de transporte coletivo, três carros de órgãos públicos foram queimados. Ontem, um motorista teve queimaduras leves ao ter dificuldade de se soltar do cinto de segurança e sair do veículo. Nesta quinta-feira, três delegacias e duas agências bancárias foram alvo de disparos de arma de fogo. De acordo com o secretário da Segurança, André Costa, ainda não há como determinar se todas as ações foram coordenadas. Os ataques estão sendo apurados pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e há diferentes linhas de investigação. Duas delas estão ligadas a transferências de internos de unidades penitenciárias do Ceará. Outra se refere a supostas cartas encontradas em locais onde ônibus foram queimados assinadas por uma facção criminosa chamada Guardiões do Estado (GDE).
* com apoio da TV Ceará, emissora parceira da TV Brasil