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Congresso continuará votando questões fundamentais para o país, diz Meirelles

Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil

23/05/2017 14h09

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse acreditar que o Congresso Nacional continuará votando os projetos fundamentais para o país, como as reformas trabalhista e a da Previdência, apesar da crise política. "Esta é a agenda em que o Brasil está engajado e vai continuar, independentemente de qualquer coisa." Meirelles discursou durante o seminário Financiamento e Garantias para a Infraestrutura, promovido pela Associação Brasileira de Desenvolvimento e Indústria de Base (ABDIB) na capital paulista, e deixou o local sem falar com a imprensa. O ministro disse que continua com agenda intensa de trabalho e reuniões com lideranças, empenhado na aprovação das reformas. "Estou, de fato, trabalhando dia e noite", declarou. Segundo ele, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pretende votar a reforma da Previdência nas próximas semanas. Desde a última quarta-feira (17), quando vieram à tona denúncias sobre o suposto esquema de pagamento de propina e troca de favores com empresários do grupo JBS, no âmbito das investigações da Lava Jato, o Congresso teve atividades suspensas ou canceladas e não votou nenhuma medida. Mudanças na aposentadoria Durante sua apresentação, Meirelles rebateu críticas à reforma da Previdência, entre elas a de que a mudança vai privilegiar os mais ricos. "Ao contrário. Hoje, os 20% de menor renda na população não conseguem contribuir os 35 anos com carteira assinada, porque acabam recorrendo ao mercado informal. Os pobres tendem a aposentar por idade. Vão contribuir mais aqueles com renda um pouco mais elevada", argumentou. Para o ministro, à medida que os gastos públicos diminuírem, a taxa de juros estrutural da economia deve cair. "No Brasil, ela é muito alta, sabemos disso", disse. O Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas do país) também crescerá, na avaliação de Meirelles. A projeção dele para o período de 2018 a 2027 é de alta de 3,7% caso as reformas sejam aprovadas; e de 2,3% sem aprovação das reformas.