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Em vídeo, Aécio Neves se defende de acusações e diz que foi vítima de armação

Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil

23/05/2017 20h50

O senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) divulgou hoje (23) um vídeo no qual se defende da acusação de ter recebido R$ 2 milhões em propina dos donos do grupo J&F, os irmãos Joesley e Wesley Batista. No vídeo, o senador, que teve o mandato suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF), diz que foi vítima de uma "armação". Aécio Neves teve o mandato de senador suspenso pelo STFValter Campanato/Arquivo/Agência Brasil "Nos últimos dias, vocês podem imaginar, minha vida virou pelo avesso. Eu fui vítima de uma armação conduzida por réus confessos que só tinham um objetivo: livrar-se dos gravíssimos crimes dos quais são acusados, mesmo que para isso precisassem implicar pessoas de bem", diz. Aécio classifica de "injustificáveis" as operações que tiveram como alvo ele e sua família, resultando na prisão de sua irmã, Andrea Neves, e seu primo Frederico Pacheco. "Eu reafirmo aqui, de forma definitiva: não cometi crime algum. Minha irmã Andrea não cometeu crime algum. Meu primo Frederico não cometeu crime algum. São pessoas de bem, que sofrem hoje com a injustiça das sanções que lhes foram impostas", diz o senador. No vídeo, Aécio Neves também volta a afirmar que o pedido de dinheiro a Joesley Batista, feito em conversa gravada pelo delator, foi um empréstimo, que seria posteriormente regularizado em um contrato que atestaria se tratar de uma transação entre duas pessoas privadas. "Há cerca de dois meses eu pedi à minha irmã Andrea que procurasse o senhor Joesley e oferecesse a ele a compra do apartamento onde minha mãe vive há mais de 30 anos, herança de seu ex-marido, e que havia sido colocado à venda. Com parte desses recursos eu poderia então pagar as despesas de minha defesa em inquéritos que, tenho certeza, serão arquivados. E fiz isso porque não tinha dinheiro, não fiz dinheiro na vida pública", afirma. Segundo o senador, a partir daí Joesley teria armado uma situação na qual o empréstimo de R$ 2 milhões pareceria um ato ilegal. Aécio nega que tenha havido qualquer contrapartida pelo empréstimo, descaracterizando atos de corrupção. "Os criminosos são aqueles que se enriqueceram às custas do dinheiro público e que agora, neste instante, lá no exterior, zombam dos brasileiros com os inacreditáveis benefícios que obtiveram. Eles sim têm que voltar ao Brasil e responder à Justiça pelos inúmeros crimes que cometeram." Aécio Neves diz que vai se dedicar a provar sua inocência, bem como a de sua irmã e a de seu primo. Além disso, afirma que vai lutar para restabelecer a integralidade de seu mandato, que está suspenso por causa das acusações. Delação Em delação premiada, os executivos da JBS, uma das empresas do grupo J&F, alegam que os R$ 2 milhões recebidos pelo senador eram propina e que a contrapartida seria a indicação para um cargo na Vale, que não se concretizou. Os executivos afirmam também que pagaram propina ao senador durante a campanha presidencial de 2014, com a expectativa de que ele atuaria a favor da empresa posteriormente, se fosse eleito.