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Manifestantes ocupam secretaria em protesto contra ação na Cracolândia

Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil

25/05/2017 10h37

Cerca de 60 manifestantes ocupam a Secretaria Municipal de Direitos Humanos na capital paulista desde as 17h de ontem (24). Eles protestam contra as ações feitas pela prefeitura para remoção da população de rua e dependentes de drogas na região da Cracolândia. Na noite de ontem, a secretaria de Diretos Humanos, Patrícia Bezerra, renunciou ao cargo por discordância a essa política. Segundo a prefeitura, o secretário de Relações Institucionais, Milton Flávio, assumiu interinamente o cargo. Os manifestantes estão concentrados, na manhã de hoje (25), no auditório do prédio, sem prejudicar as atividades da secretaria. A ocupação ocorreu ontem logo após reunião do comitê da zeladoria urbana na secretaria. O grupo garantiu que vai permanecer no local até conseguir uma reunião com o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Filipe Sabará. A prefeitura informou que esta reunião está prevista para ocorrer, mas não forneceu detalhes. Roberta Costa, integrante da organização comunitária A Craco Resiste, classificou como absurda a repressão contra as pessoas em situação de rua na Cracolândia, que foram expulsas do local em uma grande operação policial no último domingo (21). "O absurdo não está só na violência e sim na especulação imobiliária", disse. Para Roberta, a prefeitura tem adotado uma política higienista no atendimento aos usuários de drogas. A internação compulsória massiva é outro tema criticado pelos movimentos sociais. "As entidades privadas são quem fazem a internação. É muito complicado. Existem estudos que mostram que [a internação] é menos eficiente do que a cura espontânea", declarou. Em nota, a prefeitura informou que está focada na expansão do trabalho de acolhimento das pessoas que estavam na região da Cracolândia. "Até a noite desta quarta-feira foram cerca de 2 mil acolhimentos e o trabalho constante de convencimento continua, com o objetivo sempre de oferecer dignidade e tratamento a estas pessoas".