Topo

Plano de segurança no Rio terá apoio de empresários do turismo

Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil

25/05/2017 19h58

Determinado no início deste mês pelo governo federal em meio à escalada da criminalidade no Rio de Janeiro, o novo plano de segurança para o estado terá apoio de empresários ligados ao turismo. A intenção é aproveitar os investimentos que já foram feitos nos últimos anos para que, por meio de ações coordenadas, haja desenvolvimento econômico e geração de empregos. Para discutir o assunto, representantes de redes hoteleiras e promotoras de eventos participaram nesta quinta-feira (25) de um encontro com os ministros da Defesa, Raul Jungmann, e do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen. A reunião foi marcada depois que os empresários cariocas enviaram uma carta ao presidente Michel Temer pedindo ações emergenciais para a segurança na cidade, sob o risco de a imagem da cidade a nível internacional continuar se deteriorando. De acordo com Etchegoyen, o objetivo é finalizar o plano "o mais breve possível", trabalhando em três vertentes: inteligência, segurança e ações sociais. Nesta sexta-feira (26), ele e Jungmann vão se reunir com Temer para apresentar as linhas gerais do plano, que posteriormente será discutido com o governo estadual. Para os ministros, a promoção de um plano tendo como foco a sustentabilidade vai possibilitar benefícios sociais, reduzindo, por exemplo, o desemprego. Investimento O presidente do Rock in Rio, Roberto Medina, que participou do encontro, disse que a prefeitura da cidade se comprometeu com a aplicação de R$ 200 milhões em uma série de eventos ao longo de um ano. Segundo ele, R$ 50 milhões seriam investidos na comunicação e R$ 150 milhões nos eventos. Cerca de 200 mil novos empregos seriam gerados, de acordo com o empresário. "O primeiro passo a gente já deu; foi o convencimento da prefeitura de fazer pela primeira vez um investimento a sério em um calendário de eventos permanente, a partir deste ano até o outro ano. A gente pediu um estudo da Fundação Getúlio Vargas para saber o impacto que teria na economia do Rio de Janeiro. Se a gente incrementar apenas 20% sobre uma base que praticamente é zero, a gente tem um impacto econômico de R$ 6,5 bilhões no primeiro ano de trabalho. Então a gente não está precisando de ajuda, a gente está precisando de apoio efetivo para desenvolver um programa que realmente mude a realidade do Rio", disse. Segundo Medina, o calendário envolve a ampliação de eventos que já fazem parte da programação turística da cidade, como o Réveillon, o Carnaval e a Maratona do Rio, com um dia a mais, por exemplo. Além disso, todo mês o município receberá um evento importante em áreas como gastronomia, arte de rua e música. De acordo com o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), os grandes eventos dos últimos anos trouxeram investimentos de pelo menos R$ 30 bilhões à cidade, em recursos públicos e privados. Vinícius Lummertz, presidente da Embratur, defendeu que a sustentabilidade de um projeto de segurança da cidade passe também pelo econômico, social e, "evidentemente, pelo emprego". Segundo Etchegoyen, o planejamento para a cidade no campo social terá como foco a parte da sociedade que está marginalizada. "As ações sociais [do plano de segurança] estão voltadas principalmente para a população que está permanentemente tiranizada pelo tráfico nas comunidades em que vivem e, eventualmente, trabalham", disse.