"Temos certeza de que o MPF está em excelentes mãos", afirma Robalinho, da ANPR
O presidente da ANPR afirma que o MP não tem a pretensão de ser poder da República. "Nunca teve. Os poderes são o Executivo, Legislativo e Judiciário. Mas a autonomia que o Ministério Público ganhou na Constituição de 88, as atribuições e as prerrogativas idênticas às do Judiciário, que são muito importantes para que ele exerça o seu papel, realmente o tornam uma figura anômala no sentido de ter total autonomia em relação aos outros três poderes". Para o presidente da ANPR, a carreira no Ministério Público exige uma combinação entre vocação e equilíbrio. Ele afirma que o órgão amadureceu nos últimos anos e acredita que hoje o número de casos e colegas que buscam os holofotes é minoria. Ele comenta ainda a exposição de Sérgio Moro, afirmando que "o juiz, que chegou a ser acusado de midiático, nem entrevista dá. Tem que se fazer essa separação entre o fato de a atividade em si atrair a opinião pública para o caso e o de alguém buscar teoricamente os holofotes". Quanto à troca recente na Procuradoria-Geral da República, Robalinho manifesta confiança: "Temos certeza de que o MPF está em excelentes mãos ou continuará em excelentes mãos. Se o estilo muda de Rodrigo Janot para Raquel Dodge, não significa que os compromissos e a história de respeito e de competência no cumprimento das missões constitucionais do Ministério Público tenham mudado. O MPF continuará no rumo certo". Ele lembra que Raquel Dodge sempre encarou grandes desafios, inclusive com risco de vida. Foi a única mulher a participar da força-tarefa que combateu o esquadrão da morte do coronel Hildebrando Pascoal, no Acre. Robalinho criticou a lentidão dos processos penais no país, que considera arcaicos e com excesso de recursos, fazendo com que o sistema se torne cada vez mais lento e menos eficiente. Citou como exemplo as investigações da Operação Lava Jato, afirmando que os processos, em sua grande maioria, ainda estão na segunda instância.