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MP abre inquérito sobre instalação de home theater em presídio onde está Cabral

Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil

31/10/2017 20h55

O Ministério Público (MP) abriu inquérito, nesta terça-feira (31), para investigar a instalação de um equipamento de home theater na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica. No local estão presos o ex-governador Sérgio Cabral e outros condenados na Operação Lava Jato no estado. O equipamento é composto de televisão de tela grande, caixas de som e aparelho de DVD e funciona como uma espécie de sala de cinema. "Diante das notícias veiculadas sobre irregularidades na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro informa que há procedimento em curso na 24ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal para apurar possível prática de crimes contra a administração pública, falsidade ideológica ou material", informou em nota o MP, dizendo que também serão investigados eventuais atos de improbidade administrativa. O equipamento seria uma doação da Igreja Batista do Méier, segundo Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) . No entanto, a instituição esclareceu em nota que não autorizou doação de aparelho eletrônico a qualquer complexo penitenciário. Disse ainda que investigará se algum membro da congregação se envolveu no episódio. "A Igreja tem por hábito rejeitar quaisquer ofertas, doações e legados, quando estes tenham origem, natureza ou finalidade que colidam com os princípios éticos e cristãos exarados na Bíblia Sagrada", destacou a igreja em nota. A secretaria também se manifestou por nota, esclarecendo que já é fiscalizada pelo Ministério Público e pelo Judiciário e que recebe sempre doações de entidades religiosas cadastradas previamente. "Tais doações somente são recebidas mediante termo de doação assinado pelos doadores e com as referidas notas fiscais dos produtos doados. A Seap informa que, infelizmente, vai suspender qualquer tipo de doação feita por entidades religiosas para unidades prisionais", disse a secretaria.